A indústria dispensou 298 mil trabalhadores em janeiro, em relação a janeiro de 2015. A queda no total ocupado na atividade foi de 8,5% no período de um ano, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Emprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A construção fechou 38 mil vagas no período. As duas atividades foram as que registraram as maiores quedas no rendimento médio real dos trabalhadores. Os empregados da indústria estão recebendo 8,8% menos do que no ano anterior, enquanto os da construção tiveram perda de 10,1% na renda.
"A indústria e a construção foram setores que demitiram bastante em 2015. Pode ser que tenham sido demitidas pessoas com rendimentos maiores e que ficaram as pessoas com rendimentos menores", lembrou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Outra explicação para a queda na renda seria a redução do poder de barganha de funcionários em momentos de negociação de reposição salarial. Os reajustes estariam vindo abaixo da inflação acumulada no período. A renda média do trabalhador diminuiu 7,4% em janeiro de 2016 ante janeiro de 2015.
"A gente teve alguns fenômenos operando em 2015: a redução na ocupação, os rendimentos não aumentaram tanto, e teve a inflação também", enumerou Adriana.
Também reduziram o número de ocupados as atividades de comércio (-0,5%, 25 mil vagas extintas); serviços prestados a empresas (-1,6%, 64 mil trabalhadores dispensados); serviços domésticos (-5%, 72 mil pessoas a menos); e outros serviços (-3,4%, 155 mil postos de trabalho cortados).
O único grupo com aumento no total de ocupados foi o de Educação, Saúde e Administração pública, com avanço de 0,3%, 12 mil vagas criadas.