As expectativas do mercado financeiro para a inflação deste ano voltaram a subir. A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2016 subiu de 7,00% no Relatório de Mercado Focus da semana passada para 7,04% no documento divulgado nesta segunda-feira, 23, pelo Banco Central (BC). O valor está acima dos 6,98% projetados quatro semanas atrás na mesma pesquisa.
Com isso, expectativa para a taxa vai se distanciando do teto da meta de 6,5%. O Banco Central vem informando que tem o objetivo de levar a taxa para baixo desse patamar neste ano e alcançar a meta de 4,5% em 2017.
No caso do ano que vem, a mediana foi mantida em 5,50%. Há quatro semanas estava em 5,80%.
No Top 5, grupo de analistas que mais acerta as projeções, o ponto central da pesquisa para 2016 ficou mantido em 7,16%. Há quatro semanas, essa mediana estava em 7,05%. Para 2017, o grupo manteve a perspectiva para o IPCA de 5,50%. Há quatro edições do boletim Focus, estava em 6,00%.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em março, a estimativa do BC para o IPCA de 2016 estava em 6,6% no cenário de referência e 6,9% no cenário de mercado.
Para a inflação de curto prazo, a estimativa para maio teve uma revisão significativa para cima, indo de 0,55% para 0,70% de uma semana para outra, ante taxa de 0,50% verificada há um mês. No caso de junho, a taxa foi mantida em 0,31%. Quatro semanas atrás estava em 0,34%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente caíram, passando de 6,09% para 6,01% - quatro edições atrás estavam em 6,20%.
Preços administrados
As projeções do mercado financeiro para os preços administrados de 2016 foram mantidas no Relatório de Mercado Focus. A mediana das expectativas para este ano ficou em 7,00%, mesmo valor da semana passada e de um mês atrás.
O Banco Central conta com uma desaceleração dos preços monitorados pelo governo para deixar o IPCA abaixo do teto da meta em 2016. Para 2017, a mediana das estimativas para os preços administrados permaneceu em 5,50% - há quatro semanas estava em 5,80%.
Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no início deste mês, o Banco Central informou que projeta uma alta de 6,8% nos preços administrados em 2016, ante uma previsão anterior de elevação de 5,8%.
Entre outros fatores, essa projeção considera reajuste médio de 19,0% nas tarifas de água e esgoto, de 12,8% nos preços dos medicamentos e redução de 3,2% nos preços da energia elétrica. Para 2017, a expectativa apresentada é de uma alta de 5,0%.
IGPs e IPC-Fipe
As previsões para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 2016, que ficaram em 7,10% no Relatório de Mercado Focus da semana passada, foram revisadas para cima no documento divulgado nesta segunda pelo Banco Central. A mediana para o indicador deste ano foi para 7,20% - um mês atrás estava em 7,19%. No caso do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de 2016, a taxa mediana foi de 7,34% para 7,39%, contra a expectativa de 7,38% apresentada um mês atrás.
Para 2017, a previsão central da pesquisa Focus para o IGP-DI ficou em 5,56%, ante 5,60% da semana passada - há um mês, estava em 5,59%. Em relação ao IGP-M, o ponto central da pesquisa ficou em 5,71%. Na semana passada estava em 5,67% e há um mês, 5,60%.
A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que mede a inflação para as famílias de São Paulo, teve uma alta, indo de 7,14% para 7,19% de uma semana para outra para o horizonte de 2016 - um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 7,07%. Para 2017, a expectativa passou de 5,30% para 5,25% - estava em 5,40% um mês atrás.