Geração eólica avança no Nordeste com inauguração de complexo no Rio Grande do Norte

Complexo eólico Vamcruz foi inaugurado nesta quarta-feira (29), no Rio Grande do Norte
Adriana Guarda
Publicado em 30/06/2016 às 9:43
Complexo eólico Vamcruz foi inaugurado nesta quarta-feira (29), no Rio Grande do Norte Foto: Foto: Divulgação


A Voltalia – empresa francesa produtora de energia a partir de fontes renováveis – inaugurou nesta quarta-feira (29) seu terceiro complexo eólico no Rio Grande do Norte. Instalado no município de Serra do Mel (distante 320 km de Natal), o Vamcruz foi construído em parceria com a Chesf e a Encalso Damha, com investimento de R$ 500 milhões. A cerimônia de inauguração oficial contou com as presenças do diretor-geral da Voltalia Brasil, Robert Klein, do presidente da Chesf, José Carlos de Miranda Faria, e do diretor-executivo do Grupo Encalso, Márcio Damha.

Integrado por quatro parques (Caiçara I, Caiçara II, Junco I e Junco II), o complexo tem capacidade instalada de 93 MW, com potencial para gerar 450 gigawatts-hora (GWh) por ano, o suficiente para atender 200 mil famílias. Com 7% da matriz energética do País, a geração eólica atingiu 47% da carga média do Nordeste no último dia 25.

O empreendimento surgiu de um leilão realizado em 2011, em que o consórcio comandado pelas três empresas saiu vencedor. No pico da construção, foram gerados 485 empregos e hoje trabalham 30 pessoas na operação. O complexo começou a operar 100% da sua capacidade em novembro de 2015.

“O Brasil vive um momento de incerteza e preocupação. Nesse contexto é que devemos comemorar as grandes coisas que estão sendo realizadas, como esse complexo eólico aqui. O Vamcruz vai gerar mais energia para a região e o País, além de promover a criação de empregos diretos e indiretos. Quando chegamos no Brasil, há 10 anos, pouco se falava no potencial eólico do País. Hoje só a Voltalia tem 303 MW em operação e 126 MW em construção”, destacou Klein.

No Rio Grande do Norte, a Voltalia conta com os complexos eólicos de São Miguel do Gostoso, Areia Branca e Vamcruz. Para julho está projetado o início da operação do quarto projeto, batizado de Serra Pará (também no município de Serra do Mel). Os quatro complexos somam investimento da ordem de R$ 2 bilhões. “Continuamos apostando no potencial do Estado e dentro de dois meses vamos iniciar a construção do Parque Vila Acre I, aqui no município, com capacidade instalada de 27 MW”, adianta. 

A construção e inauguração dos parques é resultado dos últimos leilões, mas há preocupação com as perspectivas de médio e curto prazos, em função da queda da demanda de energia elétrica no País provocada pela crise. “Os empreendedores de toda a cadeia produtiva esperam, pela continuidade dos investimentos, avançar na diversificação das fontes de energia, sobretudo as renováveis”, diz Klein. O executivo faz referência ao cenário de incertezas. O último leilão realizado pelo governo federal, em abril, não teve oferta para eólica. O próximo, dia 27, foi cancelado. Também existe expectativa de cancelamento de outro previsto para outubro. “Sou otimista e acredito que a crise vai passar. A energia eólica já se consolidou no País. Hoje já são quase 10 GW (9,77 GW) de capacidade instalada e outros 6 GW em implantação”, destaca o presidente da Chesf. A empresa está finalizando as negociações para a implantação de dois empreendimentos corporativos (realizados unicamente pela Chesf) no município baiano de Casa Nova. Os dois parques terão 26 turbinas e capacidade instalada de 60 MW, com previsão de investimento de R$ 270 milhões. 

Implantados em regiões com poucas alternativas econômicas, os parques eólicos estão promovendo geração de renda, sobretudo no semiárido nordestino tão castigado pela seca.

 

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