O secretário da Previdência Social do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, afirmou que a reforma da previdência passa por um processo de diálogo com a sociedade, que já estaria sendo conduzido pelo atual governo do presidente interino Michel Temer.
"É uma reforma que tem uma economia política por trás, uma ciência política, e, em função disso, é importante que antes que se venha apresentar a reforma, ela passe por um processo de diálogo com a sociedade. Isso tem sido feito com representantes da Casa Civil, de trabalhadores, da sociedade como um todo", declarou Caetano, em seminário promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Segundo o secretário, enquanto as mudanças não são efetivamente conduzidas, é possível trabalhar com medidas que não resolvem o problema, mas que permitem alguns avanços.
"A gente observa problemas de auxílio-doença de longa duração, que não passam por revisão judicial. Então algumas mudanças de eficiência de gestão podem ser implementadas. Claro que não vai resolver a questão, mas pode obter avanços. Então estamos enfrentando essa questão", afirmou.
O secretário citou ainda a previdência complementar para estados e municípios que tenham desejo de aderir. "Vários estados e municípios têm desejo de implementar a previdência complementar, mas enfrentam problemas de escala", defendeu.
Em relação à reforma da Previdência, Caetano lembrou que haverá distintas regras para contribuintes em condições de se aposentar, contribuintes considerados em faixa de transição, e trabalhadores mais jovens. Segundo ele, se a reforma for feita para as gerações futuras, os impactos mais intensos serão sentidos daqui a cerca de 30 a 35 anos.
"Uma reforma voltada para a geração futura a gente só vai ter um impacto um pouco mais sentido lá na década de 2040, um pouco antes", disse ele.