Dólar cai a R$ 3,1295 e acumula perda de 4,28% em sete sessões

A continuidade do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado foi um dos grandes influenciadores da queda do dólar
Heitor Nery
Publicado em 10/08/2016 às 18:38
A continuidade do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado foi um dos grandes influenciadores da queda do dólar Foto: Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil


O dólar à vista recuou 0,40% nesta quarta-feira (10) e fechou aos R$ 3,1295, menor valor desde o dia 2 de julho do ano passado (R$ 3,0980). Sem registrar alta há sete sessões consecutivas, a moeda acumula desvalorização de 4,28% frente ao real desde o último dia 2. A queda teve como um dos estímulos a aprovação da continuidade do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no plenário do Senado. A influência internacional também contou para o movimento, visto que a moeda americana perdeu força diante da grande maioria da divisas de internacionais.

Mais que confirmação de que Dilma virou ré no processo de impeachment, o mercado reagiu ao placar da votação dos senadores, de 59 a favor e 21 contrários à pronúncia. A leitura foi de que o governo do presidente em exercício Michel Temer se mantém forte no Congresso, ainda que em meio a concessões.

Nesse ambiente, o mercado minimizou a derrota do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que viu ser aprovado na Câmara o texto-base do projeto de renegociação dos Estados sem limitar a concessão de reajustes aos servidores - ponto até então considerado pelo ministro como "inegociável". 

A votação gerou um mal estar tardio e pontual no mercado, em meio à proliferação de análises questionando a capacidade de Meirelles conseguir avançar no Congresso com as medidas de ajuste fiscal. 

O dólar, que já havia iniciado o dia em baixa, chegou a inverter rapidamente a tendência no final da manhã, atingindo a máxima de R$ 3,1451 (+0,10%). Momentos depois, quando a cotação já voltava ao terreno negativo, Meirelles falou à imprensa e negou que a equipe econômica esteja perdendo força. O ministro reforçou que o ponto crucial para o ajuste fiscal dos Estados, que é o teto para o crescimento dos gastos, foi mantido no texto que segue agora para o Senado.

A elevada liquidez internacional, com redução de juros em grandes economias mundiais, somada à manutenção de juros elevados no Brasil e melhora da percepção com o cenário político mantêm forte a expectativa de ingresso de recursos ao País. 

É essa expectativa que vem levando os investidores a desmontar posições compradas no mercado futuro. O fluxo, efetivamente, ainda não se concretizou. Segundo dados divulgados pelo Banco Central, o fluxo cambial brasileiro ficou negativo em US$ 2,251 bilhões na semana de 1º a 5 de agosto. A saída de dólares pelo canal financeiro no período foi de US$ 1,959 bilhão.

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