Uma retomada mais significativa na confiança do consumidor só será impulsionada através da geração de emprego, segundo a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar da alta de 0,9% na Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em agosto ante julho, o indicador ainda registra queda de 15,3% em comparação ao mesmo período do ano passado.
A expectativa das famílias segue baixa em relação ao mercado de trabalho. No mês de agosto, o item Perspectiva Profissional, um dos sete componentes do ICF, teve alta de 0,5% em relação a julho. Porém, a expectativa em relação ao mercado profissional caiu 1,1% entre as famílias que recebem mais de 10 salários mínimos. Entre as famílias com renda até 10 salários houve alta de 0,9% na perspectiva.
Segundo a assessora econômica da CNC, Juliana Serapio, para que o indicador melhore é necessário que "a política fiscal seja restabelecida" e que o empresariado volte a ter confiança para investir no Brasil. "Uma melhora (no índice) vai acontecer com a retomada de confiança do empresário e com uma melhora na indústria, ou seja, com a geração de emprego. Se a confiança do empresário subir, ele irá contratar mais e fazer mais investimentos", afirmou.
Na visão da assessora, uma melhora significativa ainda deve demorar a acontecer. "Não acredito que neste ano terá uma reversão. Mas já será um alento ficar com uma pequena alta. Acredito em uma melhora no meio do ano que vem", afirmou.