Economista do Santander acredita que empregos voltam a crescer em 2017

Em entrevista à TV JC, Adriana Dupita destacou que mercado de trabalho tarda a refletir melhora econômica
Da editoria de economia
Publicado em 17/08/2016 às 13:13
Em entrevista à TV JC, Adriana Dupita destacou que mercado de trabalho tarda a refletir melhora econômica Foto: Imagem: Reprodução/ TV JC


Os indicadores de desemprego do Brasil devem começar a melhorar a partir do segundo semestre do próximo ano, segundo previsão da economista sênior do banco Santander no Brasil Adriana Dupita. A executiva diz que a atividade econômica do País tem chances de começar a se recuperar até o quarto trimestre deste ano, mas, como o mercado de trabalho costuma ter uma reação mais tardia em comparação com outros indicadores econômicos, a retomada de contratação de mão de obra ficará para a metade de 2017. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), eram 11,6 milhões de brasileiros desempregados em junho.

“A boa notícia é que, quando a situação começou a piorar, ninguém sabia exatamente onde ficava o fundo do poço, mas sentíamos que ele estava à frente. Agora, a gente já começa a olhar pelo retrovisor”, afirma a economista. Ela participou ontem de uma entrevista sobre o atual momento econômico do País para a TV JC. Na conversa, transmitida pelo Facebook, respondeu a perguntas de internautas ao vivo.

Adriana ressaltou que o principal indício de melhora do cenário econômico, a confiança dos empresários, ainda apresenta uma retomada incipiente, “mas definitivamente parou de piorar”. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial subiu 4,2 pontos em agosto, alcançando os 51,5 pontos no mês. Essa foi a primeira vem em 28 meses que o índice ficou acima da média de 50 pontos.



A economista foi questionada por internautas sobre as medidas para controlar o desocupação. “Combate ao desemprego se faz com crescimento econômico”, destacou Adriana. Em sua avaliação, para conseguir retomar o rumo do crescimento, a equipe econômica que comanda o País precisa definir a reforma fiscal. 

“Posso dizer que de 1996 para cá nenhum governo cortou gastos. O que houve foram ajustes temporários com base em aumento de impostos. Acredito que a equipe econômica atual sabe o problema que é tentar fechar as contas só com base em aumento de impostos”, criticou, admitindo, em seguida, que “talvez seja inevitável algum aumento de impostos”.

O próprio ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou esta semana que anunciará até o fim de agosto se haverá ou não aumento de impostos. Para a economista do Santander, a polêmica CPMF deve ficar de fora do anúncio. “É um imposto muito distorcido. Não faz sentido adotar um imposto que nos deixa ainda mais destoantes do que é praticado fora do País”, disse Adriana.

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