Começa segunda-feira (23) e se estende até 14 de setembro o prazo para adesão dos trabalhadores da Embraer ao Plano de Demissões Voluntárias (PDV), anunciado na quarta-feira (17) pela empre. As inscrições serão analisadas até 23 de setembro. Todos os empregados que aderirem ao PDV terão seu desligamento realizado na 1ª semana de outubro deste ano. O programa será aberto a todos os empregados de todas as unidades do Brasil.
Segundo a empresa, a inciativa ocorre após algumas rodadas de negociação com o sindicato da categoria e faz parte de uma série de medidas de redução de custos adotada pela empresa para superar o cenário desafiador enfrentado hoje pela indústria aeroespacial.
Entre os incentivos para adesão ao PDV estão o pagamento rescisório equivalente a desligamento sem justa causa (aviso prévio, incluindo quinquênios, férias e abono de férias, décimo terceiro salário proporcional e 40% do FGTS), indenização adicional proporcional ao tempo de empresa (40% do salário nominal por ano de empresa), garantindo um mínimo de dois salários nominais brutos, pagamento de seis meses do plano de saúde e de assistência odontológica para o empregado e seus dependentes já cadastrados, apoio e orientação para o processo de transição de carreira ou de aposentadoria, workshops de planejamento financeiro, empreendedorismo e consultoria.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (CSP-Conlutas), os trabalhadores aprovaram em assembleia nessa quarta-feira um plano de lutas contra as demissões programadas pela empresa. A votação reuniu cerca de oito mil trabalhadores da produção e do setor administrativo e atrasou em duas horas a entrada do primeiro turno.
“A assembleia foi uma resposta da categoria ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) anunciado pela Embraer. A proposta, apresentada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (CSP-Conlutas) e aprovada pelos trabalhadores, exige o cancelamento imediato do plano de demissões. Do contrário, a ordem será demitiu, parou”, informou o sindicato.
Segundo informações do sindicato, como alternativa aos cortes foi proposto que a Embraer pare com o processo de transferência de parte da produção para o exterior e que os acionistas arquem com a multa de US$ 200 milhões referente ao caso de corrupção investigado pelo Ministério Público Federal do Rio de janeiro.
O sindicato acrescentou que o PDV é contra o que afirmou em junho o presidente da Embraer, Marco Tulio Pellegrini.
“Na época, ele afirmou para a imprensa que cada emprego criado nos Estados Unidos geraria outros cinco no Brasil. O que se vê hoje é exatamente o contrário. A fábrica de Melbourne tem 600 trabalhadores e deve abrir mais 600 vagas em cinco anos. Já no Brasil, os planos da Embraer são de cortes”, concluiu Pellegrini.