Pernambuco é o terceiro Estado com a maior taxa de desocupação do País, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual de pessoas em condições de trabalhar que estão desempregadas ficou em 14% no trimestre encerrado em junho, um total de 569 mil pessoas sem trabalho. O número ficou atrás apenas dos resultados do Amapá (15,8%) e da Bahia (15,4%). A taxa geral do Brasil, divulgada pelo IBGE no fim de julho, ficou em 11,3%, a maior registrada pela série histórica.
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Apesar de alguns Estados, como o Rio de Janeiro, apresentarem números positivos, na média, todas as regiões sofreram aumento da desocupação. O pior resultado foi no Nordeste (13,2%), seguido do Sudeste (11,7%), Norte (11,2%), Centro-Oeste (9,7%), e Sul (8%).
No mesmo período do ano passado, Pernambuco ocupava a sétima posição no ranking, com a taxa de 9,1%. Considerando as categorias de emprego, a única que apresentou desempenho positivo no Estado foi a de “trabalho por conta própria”, indicando o aumento de pessoas que fazem pequenos trabalhos para complementar a renda, os “bicos”. No segundo trimestre de 2015 eram 968 mil pessoas nessa condição. Este ano, já são mais de um milhão.
Considerando o conjunto da população ocupada, o trabalho por conta própria representa uma fatia de quase 30% em Pernambuco. Esse tipo de trabalho cresceu na maioria dos Estados brasileiros. No Nordeste passou de 30% da população ocupada para 31,3%. No Brasil, o crescimento foi de 23,9% para 25,2%.
O trabalho informal também aumentou em Pernambuco no setor privado (excluindo-se trabalhadores domésticos): de 30,8% em 2015 para 32,4% este ano. O percentual de informalidade caiu no segmento de trabalho doméstico (-2,5%) e no setor público (-2,4%).
“Os cenários regionais estão muito próximos da realidade nacional que a pesquisa já havia mostrado. Temos um mercado de trabalho descansando, um aumento da procura por emprego, aumento da informalidade e a consequente queda na massa de rendimento. Isso tudo intensifica o circulo vicioso do desemprego no País”, avalia o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Rendimento
O rendimento médio do brasileiro ficou em R$ 1.970, o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2013. Em Pernambuco, a renda ficou em R$ 1.477 no segundo trimestre, abaixo dos R$ 1.492 dos três primeiros meses do ano e próximo do pior resultado da série histórica, registrado entre outubro e dezembro do ano passado, de R$ 1.453. Pernambuco foi um dos seis Estados do País onde houve queda do rendimento na avaliação anual. Em todos os demais, o valor ficou estável.