O dólar recuou ante o real nesta terça-feira (20) a R$ 3,26 no mercado à vista, em meio à perspectiva de que o aperto monetário norte-americano pode ficar para dezembro ou mesmo para o ano que vem. Essa leitura foi reforçada durante a manhã por números abaixo do esperado do setor imobiliário dos Estados Unidos. No entanto, o risco de uma surpreendente elevação de juros amanhã ainda manteve agentes financeiros afastados de grandes posições, criando um "compasso de espera" pelo anúncio.
No segmento à vista, o dólar fechou cotado aos R$ 3,2631 (-0,38%). De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, o volume de negócios somou US$ 1,452 bilhão. Já no mercado futuro, o contrato de dólar para outubro encerrou aos R$ 3,2665 (-0,58%). O giro no futuro chegou a US$ 12,043 bilhões.
A expectativa é que o banco central norte-americano mantenha os juros inalterados, no intervalo de 0,25% a 0,50%. Além da decisão em si, as atenções dos investidores devem se concentrar nos comentários da presidente do Fed, Janet Yellen, e nas previsões dos dirigentes para a economia e o ritmo de aperto.
O foco do mercado também se voltou para a decisão, amanhã, do Banco do Japão (BoJ). Especialistas e investidores se mostraram divididos sobre possíveis estímulos adicionais. Parte do mercado trabalha, inclusive, com a perspectiva de o possível início de uma normalização de política monetária por causa da pouca efetividade de medidas anteriores.
No ambiente doméstico, os agentes financeiros comentaram as recentes declarações de membros do governo e do BC, que têm mostrado confluência na defesa pelo ajuste fiscal e pelas reformas. Essa sintonia também gera um ambiente positivo para o câmbio. No entanto, o cenário local ficou apenas em segundo plano na negociação desta terça-feira.