O conselho de administração da Petrobrás aprovou na segunda-feira, 19, o novo plano de negócios da companhia para os próximos cinco anos, de 2017 a 2021. Os detalhes da estratégia devem ser apresentados nesta terça-feira. A expectativa do mercado é de uma redução no volume de investimentos e na meta de produção, para sinalizar mais transparência nos indicadores da companhia e, principalmente, comprometimento com a redução da dívida.
O último plano, divulgado em junho de 2015, previa nos cinco anos investimentos totais de US$ 130 bilhões, sendo mais de 80% concentrados na área de exploração e produção. Os números, entretanto, foram revistos duas vezes, em função da queda das cotações de petróleo e da variação cambial do período. Na última revisão, a previsão era de investimentos anuais na faixa de US$ 20 bilhões - cerca de 30% menos do que a previsão inicial.
No último dia 11, o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, antecipou as diretrizes do novo plano em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Ele sinalizou que a redução de investimentos deverá ocorrer em linha com a melhoria da eficiência de gestão. O executivo afirmou também que a companhia manterá a "mesma intensidade" de desinvestimentos, sem afetar a curva de produção prevista para o período.
O plano anterior, elaborado sob a gestão de Aldemir Bendine, previa "desinvestimentos e reestruturações" de US$ 42,6 bilhões entre 2017 e 2018, mas não apresentava os projetos em reavaliação. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Parente sinalizou que "nenhum número ficaria sem explicação" no novo plano, que aposta nas parcerias na gestão de ativos.
Desde 2015, quando foram negociados US$ 4,6 bilhões. A companhia ainda deve confirmar até o fim do mês a venda de participação na Nova Transportadora Sudeste (NTS) por US$ 5,2 bilhões. A lista de ativos à venda pela petroleira inclui ainda Liquigás e BR Distribuidora.
Os desinvestimentos são apontados pelo presidente da estatal como a principal alternativa para reduzir a dívida, atualmente na faixa de US$ 120 bilhões. Hoje, para cada R$ 1 gerado pela companhia, há R$ 5 comprometidos com o pagamento da dívida. A meta é reduzir à metade o nível de comprometimento, chegando a R$ 2,50 de dívida para cada R$ 1 de caixa.
Pelo modelo desenhado pela nova gestão, a petroleira vai definir metas para diversos setores e níveis hierárquicos, e fará acompanhamento trimestral dos resultados. Após as reavaliações, a empresa poderá rever a definição orçamentária para o ano seguinte. A diretriz é inspirada no sistema de gestão adotado pela Ambev. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo