Após ceder ao nível de R$ 3,18 pela manhã, o dólar à vista estimulou realização de lucros em posições vendidas e assumiu uma trajetória de alta no começo da tarde desta quinta-feira (22) o que durou até o fim da sessão. No segmento à vista, o dólar fechou cotado aos R$ 3,2274 (+0,63%), não muito longe da máxima de R$ 3,2276 (+0,64%). Na mínima, a divisa chegou aos R$ 3,1821 (-0,78%), menor valor intraday desde o dia 8 de setembro de 2016, quando tocou R$ 3,1668. De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, o volume de negócios somou US$ 1,157 bilhão.
Especialistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apontaram que o recuo no começo dos negócios foi decorrente da sinalização de que o aperto monetário do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deve ser gradual. No entanto, ao cair abaixo do patamar simbólico de R$ 3,20, o câmbio doméstico ficou mais atrativo para a reversão de posições vendidas de modo a garantir lucros, destoando do movimento no exterior.
No mercado futuro, o contrato de dólar para outubro encerrou aos R$ 3,2275 (+0,45%). A máxima intraday foi de R$ 3,2360 (+0,72%), enquanto a mínima tocou R$ 3,1890 (-0,75%). O giro no futuro chegava a US$ 14,895 bilhões.
Passadas as incertezas com o Fed e com Banco do Japão (BoJ), que manteve seu pacote de compra de ativos, as atenções no Brasil se voltam também para o andamento do ajuste fiscal e das reformas propostas pelo governo.
Ainda no ambiente doméstico, os profissionais apontaram que a prisão temporária do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, teve impacto limitado no mercado de câmbio. Para o executivo de uma corretora local, ações como essa só terão efeito quando vierem com uma delação premiada ou algo que possa afetar o atual governo. "Só a surpresa com uma delação premiada de políticos ou empresários importantes deve 'fazer preço'", afirmou a fonte.