ENERGIA

Preço de energia nos leilões será alinhado com condições do BNDES

Novas regras do banco para empréstimos a projetos do setor elétrico foram anunciadas

Estadão Conteúdo
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Publicado em 17/10/2016 às 16:07
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Novas regras do banco para empréstimos a projetos do setor elétrico foram anunciadas - FOTO: Foto: Internet/Reprodução
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Os preços de energia nos próximos leilões a serem promovidos pelo governo devem estar alinhados com as reais condições de financiamento do mercado, disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso. "Uma condição mais apertada implica uma necessidade de mais preço para remunerar o mesmo capital com aquele financiamento, e esse realismo tarifário (...) é algo que vamos perseguir", afirmou, ao comentar as novas regras do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empréstimos a projetos do setor elétrico.

O banco de fomento modificou as condições de financiamento para boa parte dos empreendimentos do setor, ainda favorecendo com taxas subsidiadas projetos de geração de energias renováveis e elevando as taxas para fontes não renováveis, como projetos termelétricos. "O BNDES, para todas as fontes, visou trazer um financiamento mais compatível com as reais condições de mercado e do banco. Em um ambiente que tem hoje macro do Brasil e institucional, não tem dúvida que as notícias que o BNDES tem não são as melhores, mas são notícias que serão traduzidas em preço", disse.

Embora o BNDES tenha elevado de maneira significativa os custos de financiamento para projetos térmicos, Barroso disse que a fonte é importante para a matriz brasileira. "A matriz elétrica brasileira precisa de recursos e as térmicas são componentes fundamentais para expansão", disse, destacando em particular as térmicas a gás natural.

O governo abriu uma consulta pública sobre as diretrizes para o mercado de gás natural que inclui a discussão do uso do combustível para a geração de energia. Barroso defendeu a possibilidade de inserção de algumas térmicas para a geração de energia "na base" - não apenas em caso de necessidade, como ocorre hoje. "Isso pode não ser ruim, porque liberaria as hidrelétricas para fazer a flexibilidade", justificou, sinalizando que as hidrelétricas poderiam administrar melhor seus reservatórios. "Mas se colocar muito gás na base, pode provocar vertimentos desnecessários (das hidrelétricas)", ponderou, destacando que o volume ideal, de equilíbrio, para a inserção de térmicas a gás natural na base do sistema será estudado.

Contrato em dólar

Ele negou a possibilidade de ter contratos de energia em dólar no curto prazo. "Não tem absolutamente nada sendo concretizado sobre isso", disse. Barroso, que antes de assumir a presidência da EPE era consultor no setor elétrico, chegou a sugerir pessoalmente a alternativa anteriormente. "Eu acho que faz muito sentido fazer uma análise de custo-benefício, acho que seria interessante fazer um estudo, se virmos que vale a pena, avançamos", afirmou, salientando que no momento não há qualquer estudo neste sentido.

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