O dólar fechou em alta acentuada frente ao real nesta quinta-feira (1º), sustentado pelo ambiente político conturbado no País e pelas discussões em torno do aperto monetário nos Estados Unidos. Nos piores momentos da sessão, a divisa norte-americana superou os níveis de R$ 3,47 no mercado à vista e R$ 3,50 no segmento futuro.
Domesticamente, o movimento foi resultado da aversão ao risco decorrente da crise política vivida hoje no País, cujos fatores vão desde operações da Polícia Federal (Zelotes e Lava Jato) até julgamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Supremo Tribunal Federal (STF). A preocupação principal, de acordo com profissionais de mercado, é o efeito da turbulência no governo e em seus esforços de ajuste fiscal.
No mercado à vista, o dólar encerrou em alta de 2,33%, aos R$ 3,4669. De acordo com dados registrados na BM&FBovespa, o volume de negócios somou US$ 1,163 bilhão. Este foi o maior nível de fechamento desde 15 de junho de 2016, quando terminou em R$ 3,4714. Na máxima, o dólar avançou aos R$ 3,4780 (+2,66%) e tocou o maior nível desde 11 de novembro, quando chegou aos R$ 3,5075.
Assim que os negócios no mercado futuro foram encerrados, o Banco Central anunciou oferta amanhã de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem dos vencimentos no início de janeiro. O intuito aparente da ação do BC é atenuar dúvidas do mercado sobre a estratégia para os swap e amenizar o avanço da divisa norte-americana.
No segmento futuro, o contrato de dólar para janeiro de 2017 fechou em elevação de 2,42%, aos R$ 3,4985, com máxima em R$ 3,5090 (+2,72%). O giro movimentado com o ativo totalizou US$ 20,870 bilhões.
No exterior, ainda que em segundo plano, houve avanço dos juros dos Treasuries, diante das discussões sobre o aperto monetário pelo Federal Reserve. Amanhã será conhecido um dos principais indicadores econômicos dos Estados Unidos, o relatório de empregos, que pode ser termômetro para avaliar o futuro ciclo de alta de juros.