BRF dá férias coletivas para 1,7 mil funcionários em fábrica da Sadia

Funcionários atuam em linha de produção da Sadia; durante esse período, as atividades da unidade ficarão suspensas
JC Online
Publicado em 22/03/2017 às 15:24
Funcionários atuam em linha de produção da Sadia; durante esse período, as atividades da unidade ficarão suspensas Foto: Foto: Divulgação


A BRF Brasil Foods deu férias coletivas de 15 dias para 1,7 mil funcionários que atuam em uma linha de produção da marca Sadia em um frigorífico do município de Toledo, no Paraná. Durante esse período, as atividades da unidade ficarão suspensas. A empresa afirma que a medida não tem relação com a investigações da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta (17), mas sim com uma reforma que pretende modernizar as linhas de produção da fábrica. A BRF é uma das investigadas.

Deflagração

A Polícia Federal (PF) deflagrou na sexta-feira (17), a Operação Carne Fraca para combater corrupção de agentes públicos federais e crimes contra Saúde Pública. O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás "atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público".

Em nota, a PF informou que aproximadamente 1.100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema.

"Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.

Dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, denota-se a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Tal conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente", diz a nota da PF.

Ordens judiciais da Operação Carne Fraca estão sendo cumpridas em sete Estados federativos

As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba/PR e estão sendo cumpridas em sete Estados federativos: São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.

O nome da operação faz alusão à conhecida expressão popular em sintonia com a própria qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor por grandes grupos corporativos do ramo alimentício. A expressão popular demonstra uma fragilidade moral de agentes públicos federais que deveriam zelar e fiscalizar a qualidade dos alimentos fornecidos a sociedade.

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