A alta dos preços de alimentos e março se deveu a itens pontuais, afirmou nesta sexta-feira (7), a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. Mais cedo, o órgão informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,25% em março.
O grupo Alimentação e Bebidas avançou 0,34% em março, ante uma deflação de 0,45% registrada em fevereiro. "De fevereiro pra março, o movimento foi explicado por itens ligados à Semana Santa", disse Eulina.
Estão na lista das maiores altas de março produtos consumidos na Páscoa, como ovos (5,86%), batata-inglesa (5,08%), pescado (3,43%) e chocolate (0,73%).
O maior destaque de alta, porém, foi o tomate, com 14,47% em março. Segundo Eulina, a oferta foi prejudicada por falta de chuvas em algumas regiões e a destruição proposital da produção por alguns produtores, interessados em elevar os preços - em 12 meses, o preço do tomate registra queda de 26,92%.
Além disso, subiram os preços do leite longa-vida, com alta de 2,6%. Eulina explicou que a entressafra do leite já começou, reduzindo a oferta.
Por outro lado, o cenário geral para os preços de alimentos no ano é positivo, lembrou a pesquisadora do IBGE. Como as altas de março foram em itens pontuais, no resto do ano deverá prevalecer as expectativas da supersafra de grãos, que deverá aumentar a oferta.
A desaceleração na inflação mensal de Serviços em março foi pontual, segundo Eulina. Mais cedo, o órgão informou que o IPCA avançou 0,25% em março. O índice de Serviços ficou em 0,33% no IPCA de março, diante de uma alta de 0,84% em fevereiro. Eulina explicou que isso ocorreu porque o índice de fevereiro foi marcado pelo reajuste nas mensalidades escolares.
Com a saída desse efeito da conta, os preços desaceleraram. Como os reajustes das mensalidades ocorre tradicionalmente no início do ano, o movimento não se repete mais até o fim do ano.
Em 12 meses, os preços dos serviços acumulam alta de 6,05% até março, uma aceleração em relação ao acumulado até fevereiro, que ficou em 5,95%.