Após o desligamento do sinal analógico da televisão no Grande Recife, previsto para a próxima quarta-feira (26), o 4G poderá ter alcance até cinco vezes maior do que o atual, trazendo mais benefícios para os usuários. Segundo levantamento da entidade Seja Digital, responsável pela migração da TV no Brasil, cerca de 80% dos domicílios no Estado passaram a usar TV digital. É preciso alcançar 93% para o desligamento total.
Com a transição, a faixa de 700 MHz vai ficar vaga para 4G, onde o sinal se propaga melhor. Atualmente, o serviço já é transmitido na frequência 2,6 MHz. “A qualidade será melhor dentro das residências e nas regiões periféricas”, explica o presidente da Seja Digital, Antônio Carlos Martelletto.
A tecnologia Long Term Evolution (LTE) da conexão 4G foi desenvolvida para aumentar a velocidade do tráfego de dados móveis. No Brasil, a velocidade máxima atingida foi de 29,21 mgb/s, em junho deste ano, segundo a OpenSignal. Isso representa pouco mais da metade da velocidade em Cingapura, o País com 4G mais rápida, com 45,2 mgb/s. “A 4G tem capacidade de atingir até 100 megabits por segundo. Com a migração, se tornará mais rápida, vai complementar a frequência de 2,6 MHz”, diz o professor e coordenador do Laboratório de TV Digital da Universidade Presbiterian Mackenzie, Cristiano Akamine.
A migração do 4G para a faixa de frequência do sinal analógico não será automática. Cada operadora seguirá um cronograma. No Recife, apenas a TIM já ativou o serviço na faixa de 700 MHz. A empresa estima que aumentará a velocidade da transmissão de dados em até 3,5 vezes. Até o fim do mês, deve lançar o serviço de voz por 4G. “O serviço de voz vai consumir menos bateria do usuário e estabelecer a chamada em menor tempo”, diz o gerente de engenharia de rede da TIM Nordeste, Ageu Guerra.
A Vivo já ativou a rede 4G na frequência 700 MHz em Flores, no Sertão. Até o fim do ano, o serviço será levado a 12 cidades pernambucanas, entre elas Recife. Aqui, a Claro cobre 51 municípios com 4G e afirma que se o cronograma de desligamento não for afetado, a expansão seguirá como planejado. A operadora já trabalha com a tecnologia 4,5 G, que agrega várias faixas de frequência.
Já a Oi oferece o serviço em 12 cidades de Pernambuco, mas não poderá migrar para a faixa de 700 MHz, porque não comprou lotes no leilão da Anatel em 2014. A operadora informa que vai levar a tecnologia para 49 municípios do Estado até o fim deste ano.