Os economistas do mercado financeiro elevaram suas projeções para o IPCA - o índice oficial de inflação - neste ano. O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 7, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA em 2017 foi de 3,40% para 3,45%. Há um mês, estava em 3,38%. Já a projeção para o índice de 2018 seguiu em 4,20%, ante 4,24% de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas nesta segunda no Focus indicam que a expectativa é que a inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em 2017 e 2018. A margem de tolerância para estes anos é de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).
No dia 20 de julho, o governo anunciou aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre a gasolina, o diesel e o etanol. Parte deste reajuste levou ao aumento das projeções para o IPCA nas últimas semanas. Na quinta-feira (3), o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que o impacto total do reajuste dos combustíveis será de 0,45 ponto porcentual, distribuído entre os meses de julho e agosto. Haverá ainda impacto de mais 0,15 ponto porcentual vindo da bandeira tarifária amarela nas contas de energia.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 passou de 3,10% para 3,31%. Para 2018, a estimativa foi de 4,19% para 4,06%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,26% e 4,31%, respectivamente.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,52% para 4,53% de uma semana para outra - há um mês, estava em 4,47%
Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para julho de 2017 passou de 0,15% para 0,16%. Um mês antes, estava em 0,19%. No caso de agosto, a previsão de inflação do Focus foi de 0,30% para 0,35%, ante 0,25% de quatro semanas atrás.
Preços administrados
O Relatório Focus também indicou mudança na projeção para os preços administrados neste ano. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador em 2017 passou de alta de 5,10% para elevação de 5,28%. Para 2018, a mediana passou de 4,70% para 4,66%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 5,08% para os preços administrados nesta ano e elevação de 4,70% no ano que vem.
O aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre combustíveis colaborou para o aumento das projeções para os administrados.
Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada última na terça-feira, o BC projetava alta de 6,6% para os preços administrados em 2017 e avanço de 5,3% em 2018.
O relatório do Banco Central mostrou que a mediana das projeções do IGP-DI de 2017 passou de -0,86% para -0,87% da última semana para esta. Há um mês, estava em -0,36%. Para 2018, a projeção seguiu em +4,50%, mesmo valor de quatro semanas atrás.
Calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, foi de -0,59% para -0,63% nas projeções dos analistas para 2017. Quatro levantamentos antes, estava em +0,34%. No caso de 2018, o índice seguiu em +4,50%, mesmo patamar de um mês atrás.
Já a mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2017 passou de +3,37% para +3,05% no Focus. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de +3,42%. Para 2018, a projeção do IPC-Fipe foi de +4,49% para 4,50%, ante os mesmos +4,50% de um mês antes.