Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (10) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que as datas comemorativas deste ano têm apresentado uma leve alta de vendas do comércio após dois anos de queda. Para o Dia dos Pais, a projeção é de alta de 3,1%
Em nenhum dos casos, no entanto, a alta vai conseguir repor a perda do ano passado, segundo o economista da entidade, Fabio Bentes. No ano passado, as vendas para a data caíram 9,4%.
“Estamos projetando a alta porque percebemos que já há um processo de regeneração das condições de consumo”. Ele alertou, contudo, que isso não significa que as vendas vão crescer no ritmo de 2010, por exemplo, quando subiram 8,8%. Os indicadores recentes mostram dados bastante positivos.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho revelam que, pelo quarto mês seguido, houve geração de vagas de trabalho no país. “Isso é fundamental para o comércio se recuperar”, disse Bentes.
Do mesmo modo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulado em 12 meses, de 2,7%, é a inflação mais baixa desde 1999. “E com uma inflação muito baixa, abre-se espaço para uma continuidade do processo longo de redução da taxa de juros”. Pelo oitavo mês seguido, as taxas de juros caíram, destacou.
Os dados refletem favoravelmente intenções de compra para o Dia dos Pais. Na cesta de 16 produtos e serviços da CNC relacionados à data, oito registraram queda em relação ao ano passado. O economista informou que a inflação do Dia dos Pais nos últimos 12 meses, medida pelo IPCA, mostra a menor variação de preços para a data comemorativa, desde 2006. Os preços da cesta de itens evoluíram 3,1%, este ano, contra 3%, em 2006. No ano passado, a inflação da data atingiu 8,7%.
“Houve desaceleração de preços nos bens e serviços mais demandados no Dia dos Pais. A leve retomada do emprego, de queda dos juros, de inflação já surpreendentemente baixa, ganha espaço também, por meio de um crédito um pouco menos caro do que no ano passado, de preços menores e, é claro, de pouco mais de recursos que circulam na economia por conta dessa regeneração do emprego”, afirmou.
A CNC estima que o Dia dos Pais deverá movimentar em todo o país R$ 5,2 bilhões. Esse valor representa 8,3% do faturamento do comércio em agosto. Destaque para as vendas nos segmentos de hiper e supermercados, que somarão cerca de R$ 1,96 bilhão ou 34,4% do total; ramos de artigos de uso pessoal e doméstico, como utilidades para o lar e eletrônicos; e vestuário e calçados.
As maiores quedas de preços na cesta de produtos e serviços para o Dia dos Pais foram encontradas pela CNC em bens de consumo duráveis, como microcomputadores (-16,3 %) , aparelhos telefônicos (-9 %) , relógios de pulso (-3,5 %) , além de aparelhos de som (-2 %) e TVs (-1,7 %) . No sentido inverso, as maiores altas foram observadas em serviços de alimentação fora do domicílio (+4,3 %) e ingressos para cinema (+7,4 %) .
O comércio lojista do Rio de Janeiro projeta crescimento de 2% nas vendas no Dia dos Pais, apoiado por promoções e descontos, além de facilidades de pagamento, indicou o presidente do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL Rio), Aldo Gonçalves. Pesquisa realizada pelo centro de estudos da entidade, que ouviu 500 lojistas da capital fluminense, revela que o ambiente no comércio é de otimismo moderado, embora a expectativa seja de movimento melhor que em 2016.
Gonçalves lembrou que, em consequência do baixo consumo registrado ao longo do ano e nas datas comemorativas, grande número de lojas tem fechado as portas. Somente em maio, 880 estabelecimentos fecharam na cidade do Rio de Janeiro. Ele atribuiu o prejuízo gerado para o comércio também à violência, que afeta co comportamento do consumidor, já agravado pela crise do estado.
Os lojistas estimam que o preço médio dos presentes por pessoa para o Dia dos Pais no Rio de Janeiro deve ser de cerca de R$100.