O dólar ampliou a queda ante o real nesta tarde de sexta-feira, 18, em meio a uma entrada acentuada de fluxo devido à aproximação do cronograma de pagamentos da venda da Vigor para o mexicano Grupo Lala, anunciada no início do mês. A moeda americana, porém, já vinha em queda desde cedo, acompanhando a performance de desvalorização da divisa ao redor do mundo, refletindo dúvidas em relação ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump. A saída do estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, repercutiu positivamente e levou os investidores a buscarem ativos de risco, o que pesou mais sobre o dólar internamente. Além disso, o forte avanço do petróleo e do minério de ferro garantiu ganhos às moedas de países emergentes e ligadas às commodities.
"A queda mais acentuada de hoje à tarde foi por causa da entrada de fluxo diante do cronograma de pagamentos da Vigor. O ingresso deve acontecer mais pra frente, mas o investidor já se antecipou e este movimento deve continuar na segunda e na terça-feira", explicou o diretor da Correparti, Ricardo Gomes da Silva. No início do mês, a JBS fechou acordo para vender a totalidade de sua participação na Vigor Alimentos para o mexicano Grupo Lala, por valor de aproximadamente R$ 1,112 bilhão.
A moeda americana já caía de manhã, acompanhando o movimento de desvalorização ao redor no mundo, tanto em relação a moedas fortes quanto às demais. As divisas consideradas porto seguro, como o iene e o franco suíço, avançaram diante das dúvidas em torno da governabilidade de Trump.
Hoje, outra notícia envolvendo a equipe do presidente americano mexeu com o mercado de câmbio. O dólar já vinha renovando mínimas ante o real em meio a relatos da demissão do estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, após suspeitas do presidente de que Bannon estaria vazando informações. Logo após a confirmação de sua saída do cargo, o dólar atingiu novas mínimas, uma vez que os investidores migraram para os ativos de risco, refletindo em máximas nos mercados acionários em Nova York e no Ibovespa. A reação foi positiva, pois Bannon era integrante da ala protecionista do governo Trump e considerado um dos opositores a Gary Cohn, o diretor do Conselho Econômico Nacional, e responsável pelas reformas defendidas por Trump.
A boa performance do petróleo - que teve alta de mais de 3% - e do minério de ferro - que acelerou 6,81% - contribuiu para a valorização das moedas emergentes e ligadas ao setor.
No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 1,00%, aos R$ 3,1450. O giro financeiro somou US$ 639 milhões. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1430 (-1,06%) e, na máxima, aos R$ 3,1755 (-0,04%). Na semana, a moeda americana teve queda de 1,71%.
No mercado futuro, o dólar para setembro caiu 0,91%, aos R$ 3,1555. O volume financeiro somou US$ 12,91 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1510 (-1,05%) a R$ 3,1840 (-0,01%).