O dólar teve um dia de ajustes nesta quinta-feira (24) após a queda acentuada na sessão de ontem, e fechou em leve alta ante o real, motivado ainda pela valorização da moeda americana ao redor do mundo. Durante todo o dia, a moeda operou entre altas e baixas. No início da tarde, chegou a renovar mínimas depois da aprovação simbólica da Medida Provisória 777, que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP), no plenário da Câmara.
O operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado Neto apontou que o mercado global amanheceu sem muitos destaques e isso acabou se arrastando ao longo do dia, o que abriu espaço para o dólar se valorizar ante moedas fortes - consideradas porto seguro. Além disso, a retração em torno de 2% do petróleo pesou sobre as moedas emergentes em geral e contribuiu para a alta do dólar.
Ainda assim, a alta da moeda americana ante o real foi limitada. Segundo especialistas de mercado, este bom humor reflete a visão de que as coisas estão melhores no País. "Temos visto um movimento de otimismo com o Brasil. Embora ainda tenhamos incertezas, vemos que o governo está comprometido no cumprimento e em melhorar as expectativas", disse Machado Neto, lembrando do anúncio de ontem sobre as propostas de privatizações e a aprovação da TLP.
Nesta tarde, em votação simbólica, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou a TLP, que balizará os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a partir de 2018. Com isso, o dólar renovou mínima. "Ainda que simbólica, o mercado interpretou essa votação como uma representação de força de Temer", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Machado Neto, no entanto, salientou que em termos de fluxo o dólar não reagiu com mais força à aprovação simbólica da TLP porque o real está bastante valorizado. "Dificilmente veremos o dólar abaixo de R$ 3,13, uma vez que a reforma da Previdência não é um fato concreto e ainda tem os destaques da TLP para serem votados", ponderou.
No mercado à vista, o dólar terminou em alta de 0,23%, aos R$ 3,1465. O giro financeiro somou US$ 1,09 bilhão. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1331 (-0,19%) e, na máxima, aos R$ 3,1495 (+0,32%).
No mercado futuro, o dólar para setembro subiu 0,19%, aos R$ 3,1520. O volume financeiro movimentado somou US$ 11,26 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1370 (-0,28%) a R$ 3,1540 (+0,25%).