O Conselho de Política Monetária (Copom) se reúne novamente a partir de hoje e a expectativa é de que a taxa básica de juros, a Selic, sofra novo corte, ente 0,75 e 1 ponto percentual, na decisão final de amanhã. Hoje, a Selic está em 9,25%. A redução, que deve ser confirmada, reforça o lado positivo da balança na decisão pela compra do imóvel. Além de crédito mais barato, outro cenário se desenha para os bancos que pode ajudar, aos poucos, os compradores.
O volume de crédito imobiliário cresceu 10,9% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado, equivalente a um total de R$ 4,24 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), somando R$ 24,79 bilhões no acumulado do ano. O valor ainda é inferior aos anos de alta, a exemplo de 2014, quando o montante chegou a R$ 112,9 bilhões referente ao mesmo período.
Esses valores são resultado de outro indicador relevante: os depósitos na poupança superando os saques. Esse dado é determinante para o setor porque o Conselho Monetário Nacional (CMN) determina que, de todo o valor de depósitos em poupança obtidos pelos bancos, 65% deve ser destinado ao crédito imobiliário. Na composição desse percentual, 20% vão para operações do mercado e 80% para operações do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que financia imóveis de até R$ 1,5 milhão em todo o País (esse teto foi estabelecido temporariamente e deve valer até 31 de dezembro deste ano).
“Estamos vendo uma certa disputa entre os bancos privados para oferecerem menores taxas e a tendência é que as condições de crédito melhorem na medida em que as captações aumentem”, ressalta o consultor de financiamento da Ademi-PE e diretor da W Engenharia, Whashington Marques. Ele destaca, no entanto, que a situação não é a mesma entre os bancos privados, principalmente a Caixa Econômica Federal (CEF), maior operadora de financiamento imobiliário do País. “Esses sofreram muitos abalos, como o FGTS – pelos saques das contas inativas e pela perda de captação gerada pelo desemprego – e outros usos que não focaram o mercado de imóveis”. Da parte do consumidor resta, então, não se contentar às taxas de balcão e usar a disputa dos bancos privados ao seu favor para barganhar as melhores condições.