O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana de Carvalho, repetiu nesta quarta-feira (13), durante evento em São Paulo, uma ideia contida nos documentos mais recentes do Comitê de Política Monetária (Copom): a de que, "para a próxima reunião, caso o cenário básico do Copom evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária".
Este foi o ponto chave da comunicação do BC na decisão de política monetária da semana passada, quando a Selic (a taxa básica de juros) foi cortada em 0,50 ponto porcentual, de 7,50% para 7,00% ao ano. Na prática, o BC sinalizou a intenção de cortar a Selic em mais 0,25 ponto porcentual em fevereiro, se o cenário básico evoluir como esperado.
Viana repetiu ainda a ideia de que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa - ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. "O Copom enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural, cujas estimativas serão continuamente reavaliadas pelo Comitê", acrescentou.
Em sua apresentação, Viana também voltou a destacar a posição favorável do balanço de pagamentos brasileiro, o cenário internacional favorável e os sinais de recuperação gradual da economia.
O comportamento da inflação no Brasil, segundo ele, permanece favorável, com as "expectativas para 2017, 2018, 2019 e 2020 em torno de 2,9%, 4,0%, 4,25% e 4,0%, respectivamente".
Viana participa da "Global Macro Year Ahead Conference", em São Paulo. O evento é promovido pelo Merrill Lynch.