Os juros futuros recuam na manhã desta terça-feira, 22, acompanhando a persistente queda do dólar ante o real, com investidores digerindo a ata da reunião do Copom da semana passada, que manteve a taxa Selic em 6,50% ao ano.
O alívio no dólar pelo segundo dia seguido é assegurado pelo ambiente externo mais favorável, com a moeda americana recuando ante divisas principais e emergentes ligadas a commodities, além da continuidade da oferta extra de swap cambial.
Na ata divulgada no início da manhã, o BC disse que avalia que o cenário internacional está "mais desafiador" e que há expectativa de normalização da política monetária nas economias centrais. O BC ressalta que "a ausência de relação mecânica entre exterior e política monetária será evidente ao longo do tempo" e destacou a capacidade que a economia brasileira tem de "absorver revés no cenário internacional".
Essa resiliência, diz o texto, é gerada pela "situação robusta de seu balanço de pagamentos e ao ambiente com inflação baixa, expectativas ancoradas e perspectiva de recuperação econômica".
A ata diz ainda que, nesse contexto, "caso a evolução do cenário externo venha a produzir mudanças de preços relativos", eventual impacto sobre as decisões de política monetária "será delimitado por seus efeitos secundários sobre a inflação". O texto cita como exemplo os efeitos sobre os preços da economia não diretamente associados ao choque.
O comitê acredita que a trajetória da inflação "permanece favorável" e cita como argumento o fato de que "diversas medidas de inflação subjacente" seguem em níveis ainda baixos, inclusive os preços de serviços. Diante dessa avaliação, o Banco Central acredita que a trajetória dos índices é compatível "com a convergência da inflação em direção às metas no horizonte relevante para a política monetária".
Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas informou que o índice de expectativa de inflação dos consumidores subiu para 5,3% em maio, ante 5,0% em abril.
Às 9h26 desta terça, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 indicava 6,605%, de 6,637% no ajuste de segunda-feira, 21. O DI para janeiro de 2020 estava a 7,59%, de 7,66% no ajuste de sexta. O DI para janeiro de 2021 caía a 8,69%, de 8,79% no ajuste de ontem. E o DI para janeiro de 2023 apontava 9,990%, de 10,07% no ajuste da véspera. No câmbio, o dólar à vista caía 0,67% neste horário, aos R$ 3,6596. O dólar futuro para junho recuava 0,54%, aos R$ 3,6605.