consolidação do processo de digitalização e expansão das vendas para outros continentes são apostas de investimentos da Natura. A maior multinacional brasileira de cosméticos já conta com um time de 300 mil consultoras realizando venda online para qualquer região do País, mas quer ampliar esse número para 1,1 milhão de representantes da marca. Com a universalização do serviço digital no Brasil, a ideia é replicar os modelos nos mercados da América Latina, e expandir o negócio – não só no digital – para novos países. O impulso para ampliar a internacionalização pode vir até mesmo de uma possível aquisição da Avon, segundo rumores do mercado, o que faria da brasileira líder global em vendas diretas.
O modelo de digitalização da Natura está baseado no uso de um aplicativo e na criação de sites próprios para cada uma das consultoras.
De acordo com o vice-diretor de vendas diretas da Natura, Erasmo Toledo, as novas plataformas estão sendo utilizadas desde 2017 e permitem, por exemplo, que uma consultora de Pernambuco faça vendas para outros Estados do País, com a entrega dos produtos a cargo da própria Natura.
Somente no aplicativo Consultoria Natura, que possibilita a relação digital entre a representante e a empresa, 600 mil consultoras estão cadastradas e podem fazer pedidos, acessar promoções e treinamentos.
Ainda segundo o vice-diretor, a digitalização das vendas não é um processo de transição ou fim das vendas porta a porta, mas de um “complemento” à renda das colaboradoras.
Simultâneo à digitalização, a Natura também revitalizou o modelo de negócios, com plano de crescimento das consultoras. As novas ferramentas digitais chegaram num momento em que a empresa deixou de remunerar as consultoras com ganhos fixos de 30% sobre as vendas e escalonou os percentuais entre 20% e 35%, com base no valor total de pedidos ao mês, que vai de R$ 210 a mais de R$ 23 mil, nos níveis semente, bronze, prata, ouro e diamante. “Já temos o modelo implementado em todo o Brasil, e pensamos agora na expansão para a América Latina, além do Chile e do Peru, que já contam com o serviço”, confirma Toledo.
Além da América, outros continentes podem fazer parte da rota de atendimento da Natura. Embora ainda não confirme quais, o vice-presidente garante que a expansão da venda direta está nos planos e “logo” novos mercados devem ser anunciados. Rumores de mercado que podem reforçar essa tendência foram divulgados na última semana no jornal Wall Street.
De acordo com a publicação, a Natura teria abordado a Avon com um possível interesse de aquisição. Embora a empresa brasileira negue disposição para o negócio, em caso de concretização da compra, Natura e Avon passariam a ser a maior empresa de venda direta do mundo, com mais de 7% do mercado mundial, que deve ter faturamento de U$ 140 milhões este ano.