Etanol não baixa de preço em plena safra

Custo para abastecer carro continua alto porque a moagem de cana este ano está menor que a de 2010 e porque o preço do açúcar está mais vantajoso para produtor
Do Jornal do Commercio
Publicado em 13/12/2011 às 8:58


O preço do álcool hidratado (etanol) - usado como combustível de carro - continua alto nos postos de gasolina do Grande Recife, em plena safra da cana-de-açúcar, quando, geralmente, há mais produto disponível no mercado. O litro do combustível variou entre R$ 1,99 a R$ 2,09 em cinco postos visitados pela reportagem do JC. "Deixei de usar álcool há 12 meses porque o preço não compensa mais", diz o engenheiro Luciano Borba.

São vários motivos que fazem o preço do álcool continuar alto na entressafra. Primeiro, este ano foi registrada uma queda de 12,3% na safra de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil provocada pela estiagem. A perda foi de aproximadamente 67 milhões de toneladas da planta, volume que é produzido em todo o Nordeste numa safra. Segundo, o preço do açúcar está bom no mercado internacional.

"O governo federal não tem materializado medidas de apoio ao álcool hidratado. Prometeram que haveria a desoneração do PIS/Cofins, o que não ocorreu. Não foi feita a estocagem do produto. E a Petrobras teve uma desoneração, quando o governo retirou a cobrança da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) da gasolina", explica o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, acrescentando que o álcool deveria ter "tratamento idêntico ao da gasolina".

Cunha argumenta que está ocorrendo a anidrização do álcool, porque o álcool anidro (aquele que é vendido para ser misturado à gasolina) consegue ser vendido por um preço mais alto do que o hidratado. "O preço da bomba deveria ter baixado porque os produtores estão vendendo o álcool hidratado por um preço mais baixo do que há seis meses", afirma. Segundo o Sindaçúcar, os produtores estão vendendo o litro do álcool hidratado por R$ 1,05 a R$ 1,10, enquanto há seis meses o produto era vendido por, em média, R$ 1,30. Os produtores vendem o álcool às distribuidoras de combustível, que revendem o mesmo aos postos de gasolina.

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