Quatro em cada 10 brasileiros estão inadimplentes e 2 milhões de pessoas deixaram de pagar suas dívidas só em 2015. É o que revelam os números divulgados ontem (10) pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A inadimplência subiu 4,79% em maio em relação ao mesmo período do ano passado, reflexo da piora dos indicadores macroeconômicos, como inflação, renda e emprego, que afetam a capacidade de pagamento das famílias.
A alta foi menor do que a registrada em abril, de 5,02%. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2015, a alta atinge 4,63%. Esse crescimento é considerado o mais intenso para o período desde 2013.
O maior avanço no número de dívidas foi causado pelos atrasos dos pagamentos às empresas concessionárias de serviços como água e luz, com alta de 13,31% na base anual de comparação. As dívidas no cartão de crédito, empréstimos, financiamentos e seguros registrou alta de 10,10%.
Para o analista financeiro Roberto Ferreira, esse é o débito mais perigoso. “Na escala de prioridade do inadimplente, o cartão de crédito e o cheque especial devem ser pagos antes, por causa das taxas de juros elevadas”, lembra.
Ainda de acordo com ele, é importante tentar renegociar a dívida com o credor. “O que muitas pessoas vêm utilizando é o empréstimo consignado, que tem juros mais baixos. Se o credor fizer uma negociação em que o pagamento à vista tenha juros mais baixos, vale a pena”, ressalta.