O Estado de São Paulo contabiliza 2,9 milhões dos 11,6 milhões de desempregados no País, segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. Durante a divulgação do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o coordenador afirmou que entre o segundo trimestre de 2015 e o segundo trimestre de 2016 um total de 848 mil pessoas passaram a procurar emprego no Estado.
A explicação para o aumento da taxa de desocupação, segundo Azeredo, vem do enfraquecimento da indústria e da incapacidade do setor informal em absorver os trabalhadores que perderam o emprego de carteira assinada.
"Com a perda da estabilidade, as pessoas tendem a frear gastos. E com a renda menor, você tem um comércio que tem um processo de saída menor, que exige da indústria uma produção menor e entra esse ciclo vicioso(...). A informalidade só vai se expandir se houver espaço pra isso e em um dado momento aconteceu. Pessoas perdiam emprego com carteira e montavam seu próprio negócio, mas isso foi se desfazendo", explica Azeredo.
Segundo dados do IBGE, o Estado de São Paulo representa 1/4 da força de trabalho do País, com 24,3 milhões dos 112 milhões de trabalhadores do Brasil. Das 11,7 milhões de pessoas empregadas na indústria, 3,4 milhões estão no Estado. Porém, em relação ao segundo trimestre de 2015, o número de profissionais empregados no setor era de 3,9 milhões, o que mostra uma variação porcentual negativa de 13,6%, que, segundo Azeredo, contribui para o "ciclo vicioso" que gera o desemprego.
"Em São Paulo a indústria dispensou meio milhão de pessoas. Isso mostra um mercado de trabalho dispensando, com aumento de procura bastante expressivo e com queda no rendimento. E se você tem menos pessoas ocupadas e um rendimento menor, terá uma massa de rendimento de trabalho menor circulando e ativando o ciclo vicioso que se configura atualmente", explicou.