A seca e a perda da palma forrageira estão trazendo grandes prejuízos à bacia leiteira de Pernambuco, aumentando o preço do leite, matéria-prima na fabricação do queijo coalho e laticínios. Em dezembro do ano passado, eram produzidos 2,3 milhões de litros diários. Atualmente, são 900 mil litros por dia destinados à indústria, o que significa uma diminuição de quase 60%. O rebanho de 500 mil cabeças de gado de leite foi reduzido a 300 mil. As informações são do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite-PE).
Os produtores estão vendendo os animais para o abate porque está muito caro alimentá-los. “A palma forrageira morreu. Quanto mais tempo demorar a seca, maior será a queda na produção do leite”, disse o presidente do Sinproleite-PE, Saulo Malta. A estiagem destruiu a pouca vegetação que alimentava o gado.
No Agreste e Sertão, a palma – que resiste à estiagem – é um dos principais alimentos dos animais. Geralmente, os produtores misturam a palma ao bagaço da cana-de-açúcar ou ao capim. Com a seca, os produtores de leite estão misturando a cana-de-açúcar com o bagaço. No caso desse último, cada animal só pode consumir até dois quilos, devido a uma substância chamada lignina, de difícil digestão.
A palma sumiu do Agreste e Sertão do Estado porque foi atacada por pequenos insetos, chamados de cochonilhas do carmim, que se alimentam das “raquetes”, que formam a planta.
Os custos aumentaram porque os produtores estão indo buscar a palma forrageira e até o bagaço da cana-de-açúcar em Alagoas e o preço do último subiu. No começo da seca, em janeiro, a tonelada do bagaço custava R$ 30. Hoje, ela é comprada por R$ 120. Também há menos bagaço disponível porque a estiagem atingiu a Zona da Mata e vai provocar uma redução de 21% da cana-de-açúcar.
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