Depois de uma década de concebido pelo Ministério do Meio Ambiente, o Programa Água Doce (PAD) finalmente começou a sair do papel em Pernambuco. Mas ainda tem um longo e burocrático caminho a percorrer até que milhares de sertanejos tenham água potável nas torneiras. O objetivo do PAD é implantar sistemas de dessalinização e unidades produtivas em comunidades de alto índice de criticidade de recursos hídricos. Cinquenta municípios serão beneficiados, somando 100 mil pessoas. Significa que somente metade do semiárido, formado por 122 municípios, será atingido. Confira a lista das localidades no final da matéria.
O convênio foi assinado no final de 2013, mas só na semana passada foi instituído, por publicação no Diário Oficial, o Núcleo Estadual de Gestão do Programa Água Doce, encabeçado pela Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, em conjunto com a pasta de Infraestrutura, CPRH, IPA, Iterpe, Incra, Dnocs, CPRM, Embrapa e Codevasf. Serão investidos R$ 36 milhões – sendo R$ 33 milhões federais e R$ 3 milhões estaduais – na implantação de 170 sistemas de dessalinização e 20 unidades produtivas.
De maneira sucinta, os equipamentos irão retirar água salina de poços e torná-la potável ao consumo humano. As unidades produtivas consistem em dois tanques que utilizarão a água de rejeito (bastante salgada) para criação de peixes (na maioria tilápias) e atriplex, planta forrageira que serve para alimentação de animais, especialmente caprinos.
Pela previsão do coordenador local do PAD, Bartolomeu Melo, no início de outubro a equipe de diagnóstico estará em campo para avaliar que comunidades rurais receberão os equipamentos. Somente as que estiverem perto de poços já perfurados serão beneficiadas, pois o programa prevê a restauração dos poços, mas não a construção de novos. Depois ainda será preciso licitar a empresa que fornecerá os equipamentos, para, só aí, começar de fato as instalações.