O preço do gás vai aumentar, em média, 10% segundo uma estimativa feita pela presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado de Pernambuco (Sinregás), Francine Gulde. O preço do botijão de gás é livre e varia de acordo com as despesas das distribuidoras (que entregam aos vendedores) e dos revendedores, que comercializam para os consumidores finais. O aumento deveria ter entrado em vigor ontem, mas muitas revendedoras ainda estão refazendo os seus custos para chegarem ao novo preço. Atualmente, o botijão de 13 quilos, o mais usado, é vendido, na média, por R$ 45 e passará a ser comercializado, também na média, por R$ 49,50.
Na tarde da segunda-feira (dia 01º de setembro, uma revendedora dos Bultrins, em Olinda, estava até sem o produto para entregar aos seus clientes devido à falta de entrega da distribuidora. “A gente não sabe porque o gás não foi entregue. Já com relação ao aumento, é uma interrogação o quanto vai ficar o preço do gás, porque o clandestino faz uma concorrência desleal com quem está formalizado que também acaba baixando o preço”, lamenta o dono de uma revenda Albuquerque Gás, Wellington Albuquerque.
O reajuste médio foi mais alto do que a inflação registrada nos últimos 12 meses que ficou em 6,53%, segundo o IPCA, índice que mede a inflação oficial do País.
“É um absurdo. Da última vez que comprei, estava por R$ 42. O meu salário não vai subir 10%. A inflação está lá em cima e a gente compra cada vez menos”, diz a merendeira Maria José Andrade, que trabalha como terceirizada numa escola do Estado.
A microempreendedora Jaldenice Guimarães afirma que o gás é uma despesa que não tem como economizar. “O jeito é continuar fazendo minhas tabelas de despesas apontando os gastos que são prioritários e os que podem ficar para depois”, conta.
Segundo as informações do Sinregás-PE, o aumento do preço do gás de cozinha ocorreu porque as distribuidoras aumentaram os preços e cresceram as despesas com os custos do transporte (como combustíveis, pneus), além do dissídio coletivo das categorias que trabalham com as empresas que distribuem o produto.
O último aumento do preço do gás variou entre 5% e 7% e entrou em vigor em 1º de setembro do ano passado.
“É importante alertar o consumidor para procurar o melhor preço e melhores condições de recebimento do produto, comprando das revendas autorizadas”, argumenta Francine Gulde. E acrescenta: “as autorizadas têm funcionários treinados e podem ajudar ao consumidor, caso ocorra algum problema”.
Ainda de acordo com Francine, é bom o consumidor pedir a nota fiscal, porque sabe a quem recorrer, caso haja algum problema com o botijão de gás. Em todo o Estado, existem 1,6 mil revendas autorizadas de GLP. As revendedoras de gás devem observar as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para tornar mais seguro o manuseio e armazenamento do produto.
Geralmente, o revendedor clandestino vende o produto mais barato, mas não dá qualquer garantia ao consumidor. Problemas no botijão de gás podem causar desde um princípio de incêndio até a perda do imóvel.
E no gás, como nos demais produtos, também vale a pena o consumidor pesquisar. Às vezes, revendas autorizadas em locais mais populares cobram mais barato do que uma instalada num bairro nobre.