Bancários em Pernambuco farão ato contra demissões do HSBC

Atualizado às 9h45

Em resposta ao anúncio de saída do HSBC do País, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco fará, nesta terça (9), um ato de repúdio às demissões. Os trabalhadores locais irão manter a agência da Av. Agamenon Magalhães. Um número mínimo de funcionários ficará a postos, apenas para repassar informações aos consumidores. Atos semelhantes também acontecem em outros Estados do Nordeste. Pelo menos Alagoas, Paraíba e Bahia já anunciaram fechamento de agências nesta terça (9). Os quatro centros administrativos do HSBC em Curitiba, onde ficam 4 mil funcionários, também estão fechados, segundo comissão de empregados.

Estão previstas 50 mil demissões em todo o mundo. No Brasil, o banco disse que manterá apenas o atendimento a grandes empresas. No Estado, segundo o sindicato, há seis agências do HSBC, sendo cinco no Grande Recife (Agamenon, Centro, Caxangá, Olinda e Piedade) e uma no interior, em Petrolina, no Sertão. Ao todo, são 150 funcionários.

"Estamos bastante preocupados e vamos lutar para garantir que os empregos sejam mantidos, seja qual for o banco que assuma o HSBC", comenta a presidente do Sindicato dos Bancários em Pernambuco, Jaqueline Mello, que diz ainda estar aguardando a decisão nacional para saber dos próximos passos. "É um absurdo que um banco britânico venha para o Brasil expolorar todo seu potencial, envolvido com corrupçao e escândalos, e quem tenha que pagar o pato sejam os brasileiros", reclama.

Segundo o representante Nordeste da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, Alan Patrício, existe a possibilidade de os atos se estenderem para esta quarta (10), a depender das sinalizalões do banco nesta terça (9). "O movimento pode crescer. Queremos a garantia do emprego, independentemente de para quem o banco for vendido. E o HSBC não está falando sobre o assunto", reforça.  

O banco britânico HSBC anunciou nesta terça-feira (9) um novo plano estratégico que inclui, entre outras ações, o encerramento de suas atividades no Brasil e na Turquia e a demissão de cerca de 50 mil funcionários em todo o mundo. As mudanças fazem parte de uma tentativa da empresa de reduzir os custos em US$ 5 bi e conseguir um retorno sobre o patrimônio líquido de mais de 10% até 2017. O HSBC fez o anúncio em um comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, pouco antes de oferecer uma atualização detalhada sobre o novo plano de investimentos.