Escola inglesa inovadora busca parceiros no Recife

Aprendizado ocorre a partir de projetos práticos e adolescentes trabalham para empresas locais
Emídia Felipe
Publicado em 14/08/2015 às 12:27
Aprendizado ocorre a partir de projetos práticos e adolescentes trabalham para empresas locais Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem


Uma escola onde não se aprende através de disciplinas, mas de projetos. E onde o adolescente pode ser uma peça importante para o funcionamento de uma empresa da sua própria comunidade. Essas diretrizes fazem parte do conceito da Studio School Trust, fundada na Inglaterra há cinco anos e que tem o objetivo de entrar no Brasil através do Recife. Esta semana, o diretor pedagógico da entidade não governamental, John Lean, esteve na capital para começar a prospectar parceiros.

Lean explicou que a Studio School trabalha com adolescentes entre 14 e 19 anos, que não pagam mensalidades. A partir dos projetos, que são montados com influência das demandas das empresas da comunidade do entorno da escola, os alunos se organizam em equipes e cada um recebe orientação personalizada de um professor. As aulas também incluem treinamentos com viés mais psicológico, voltados para o desenvolvimento emocional. Parte do tempo da semana é usado para trabalhar, de fato, nas empresas – de pequenos negócios a companhias como Sony e Bank of America – de áreas diversas, que remuneram os estudantes por seus resultados.

“Os adolescentes fazem realmente a diferença e se sentem preparados e confiantes, o que é importante no mercado de trabalho”, comenta Lean. “Além disso, eles têm um forte envolvimento com a comunidade local”, diz. O diretor acrescenta que é comum as empresas se interessarem em contratar o estudante e até mesmo bancar sua faculdades para garantir que ele continuará no quadro de pessoal.

“Estamos trabalhando nisso”, responde Lean, ao ser questionado sobre como o formato seria absorvido no Brasil. No ano passado, a empresa pernambucana ABA Global Education firmou uma parceria com a instituição britânica para trazer o formato para o Brasil. John Lean chegou no Recife na terça-feira passada (11) e fica até hoje para visitar escolas técnicas como a Cícero Dias (estadual) e o Senac. A ABA, por exemplo, já se baseou nessas práticas para criar cursos especiais em inglês, como o de desenvolvimento de games.

Contudo, o diretor Geral da ABA, Eduardo Carvalho, explica que as instituições não necessariamente precisam ser parceiras formais da Studio School. Estudar o caso e colher as melhores práticas já pode ser um diferencial. Ele lembra que, no Brasil, existe a Lei de Aprendizagem, que obriga empresas de médio e grande porte a contratarem entre 5% e 15% de jovens entre 14 e 24 anos. “Jovens mais preparados desde cedo têm mais chance de crescer em suas carreiras”, pontua Carvalho. Esta semana, o Ministério do Trabalho anunciou que quer inserir 1,7 milhão de pessoas nas companhias através da legislação até 2019.

Mais detalhes sobre a escola no site http://studioschoolstrust.org. O contato local na ABA pode ser feito através do telefone 3427-8861.

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