Greve dos petroleiros poderá provocar desabastecimento de combustíveis

Categoria faz paralisação por tempo indeterminando, reclamando desinvestimento na Petrobras
Da editoria de economia
Publicado em 09/09/2015 às 7:00
Categoria faz paralisação por tempo indeterminando, reclamando desinvestimento na Petrobras Foto: Heudes Regis/JC Imagem


A Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e o Terminal Aquaviário da Transpetro, no Complexo de Suape, terão suas operações reduzidas com a greve dos petroleiros em Pernambuco. Com 800 trabalhadores no Estado, a categoria vai acompanhar a paralisação nacional comandada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). O movimento é um protesto contra o novo Plano de Negócios da Petrobras, que prevê redução de aportes e venda de ativos a exemplo da BR Distribuidora. Dependendo do tempo de paralisação, a distribuição de combustíveis no Estado poderá ser comprometida.

O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE-PB), Marcos Aurélio Monteiro, afirma que os sindicatos estaduais aguardam a sinalização da FUP para iniciar a greve a qualquer momento. Na última sexta-feira, a FUP protocolou na sede da Petrobras, no Rio, um comunicado de paralisação por tempo indeterminado, assinado por 13 sindicatos, prevendo o início da greve para a partir de hoje.

“Dessa vez nossas reivindicações não se referem a discussões salariais ou pautas da natureza do trabalho. Estamos preocupados com o desinvestimento na Petrobras, que significa diminuição dos empregos e perdas de conquista da categoria”, observa Monteiro. Em Pernambuco, a previsão era que a refinaria tivesse 1,5 mil funcionários quando entrasse em plena operação. Sem a conclusão do segundo trem de refino e com a Rnest funcionando apenas com 64% de sua capacidade, o número de petroleiros não ultrapassa 470. Os 330 restantes para completar o quadro de 800 trabalhadores no Estado estão distribuídos entre o Terminal da Transpetro e a sede administrativa no bairro de Boa Viagem.

A Rnest só está autorizada a processar 73,6 mil barris de petróleo, de um total de 115 mil do primeiro trem. Isso porque não concluiu obras fundamentais para reduzir a poluição ambiental. Com a paralisação, a previsão é que seja mantido um contingente de 30% dos trabalhadores, obedecendo à Lei de Greve.

A paralisação dos petroleiros por tempo indeterminado poderá prejudicar a distribuição de combustíveis para abastecer o mercado nordestino, além de atrasar o abastecimento de petróleo da Rnest, porque tanto a matéria-prima quanto os produtos entram e saem pelo Terminal da Transpetro. “Tudo vai depender das negociações com a Petrobras. Mas também existe outro fator, que é o comportamento do distribuidor. Em 1995 tivemos um caso de desabastecimento de combustíveis porque os distribuidores estocaram os produtos e alegaram que a culpa pela escassez era da greve”, alerta Monteiro.

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