Petrobras solicita licença para ampliar processamento de petróleo na refinaria

CPRH deve apresentar parecer emn janeiro de 2016
Adriana Guarda
Publicado em 11/12/2015 às 7:00
CPRH deve apresentar parecer emn janeiro de 2016 Foto: Heudes Regis/JC Imagem


A Petrobras e o governo de Pernambuco estão tentando chegar a um acordo sobre a operação da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Suape. Há um ano de funcionamento, a Rnest opera apenas 64% da capacidade de refino do primeiro trem porque não cumpriu todas as exigências ambientais. Para chegar aos 100%, o empreendimento precisa obter licença da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). A petrolífera encaminhou estudos à Agência tentando comprovar que tem condição de produzir com capacidade total, sem comprometer o meio ambiente. A previsão da CPRH é apresentar um parecer sobre o assunto no próximo mês. As obras do segundo trem foram suspensas em função das investigações da  operação Lava Jato, que apontaram esquema de corrupção na Abreu e Lima.

O gerente de Controle de Fontes Industriais da CPRH, Hellder Nogueira, diz que em outubro de 2014 a Petrobras recebeu licença de operação da Agência, com validade de um ano. “No pedido de renovação da licença, a Petrobras também incluiu a solicitação para operar 100% da capacidade do primeiro trem de refino, que é de 115 mil barris de petróleo por dia. Hoje a Rnest só tem autorização para processar 74 mil barris, porque não concluiu a construção da unidade SNOX, responsável por tratar a emissão de gases poluentes na atmosfera. Segundo informações que obtivemos, o status de construção da SNOX é de 70%”, observa. Responsável pela construção da unidade, o Consórcio EBE-Alusa rescindiu o contrato em dezembro do ano passado. A Petrobras tentou relicitar a obra, mas o processo não foi concluído.

Na tentativa de operar 100% da capacidade da Abreu e Lima sem a conclusão da unidade SNOX, a Petrobras encaminhou estudos à CPRH apresentando alternativas de reduzir a entrada de enxofre na operação. Uma das tentativas seria substituir o óleo utilizado nas caldeiras por gás natural. “Sem a SNOX, a Petrobras está tento um custo maior na produção dos derivados, porque precisa utilizar petróleo com baixo teor de enxofre”, destaca Nogueira. O projeto da Rnest era refinar óleo bruto da Bacia de Campos, mas está sendo obrigada a usar um blend de petróleos de maior valor agregado.

Do lado do governo, além de resolver a pendência ambiental, a expectativa é pela retomada da construção do segundo trem de refino. A remobilização da obra significa reanimar a economia do Estado. O governador Paulo Câmara espera que o canteiro volte a ser remobilizado já no próximo ano, com a contratação de 15 mil trabalhadores. Ontem ele falou sobre o assunto em entrevista a jornalistas do SJCC. Nos bastidores, a informação é de que a liberação das licenças estariam atreladas à retomada das obras, mas é pouco provável. O Plano de Negócios da Petrobras prevê a retomada apenas em 2017. Sem dinheiro no caixa, periga de parte do plano não ser cumprido. A Patrobras foi procurada, mas não se posicionou até o fechamento da edição.

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