Um levantamento realizado pela FGV/Ibre divulgado ontem constatou o que os brasileiros já estavam sentindo: a cesta de Páscoa está com o preço mais salgado. A alta chegou a 15,17% em relação à celebração do ano passado, bem acima da inflação acumulada entre março de 2015 e fevereiro deste ano, de 10,37%. Nos mercados, isso se reflete em expectativa de queda de até 20% nas vendas em comparação ao ano passado.
"No ano passado, faltando só esses dias para a Páscoa, isso aqui ia estar cheio de gente. Ia faltar peixe para quem quisesse", compara o vendedor Cosme Ferreira Júnior, que tem uma banca no Mercado de São José, Centro do Recife. Ele chegou a encomendar mil quilos de diferentes tipos de peixe e até ontem só tinha vendido 400 quilos. "O pessoal nem está reclamando, já sabiam que ia estar mais caro", diz.
Os mais procurados no local são o albacora - que passou de R$15 para R$18 o quilo na comparação entre o ano passado e este ano - e a corvina - subiu de R$13 para R$15 o quilo. Apesar de mais cara, a cioba não saiu da cesta de Páscoa da técnica de enfermagem Jéssica Xavier, 26 anos. "Até pensamos em comprar outro tipo, mas é só uma vez no ano. Resolvemos manter a tradição. O jeito é comprar menos", afirma. Para casa ela levou 1,5 quilo do peixe por R$ 42.
Pela pesquisa da FGV/Ibre, o produto que sofreu maior aumento foi o bacalhau, 30,73% mais caro; seguido do vinho (28,3%) e do azeite (25,07%). Os que apresentaram os menores percentuais de aumento foram os pescados frescos (8,47%), atum (4,54%) e sardinha em conserva (4,44%).