Trabalhadores organizam protesto pela retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Suape

Ato será nesta quarta-feira (24), em frente à estação de trem do Cabo de Santo Agostinho
Da editoria de economia
Publicado em 23/08/2016 às 7:00
Ato será nesta quarta-feira (24), em frente à estação de trem do Cabo de Santo Agostinho Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


Trabalhadores da construção pesada em Pernambuco vão fazer protesto nesta terça-feira pelo atraso na retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Suape, e pelas demissões e pendências nos pagamentos desde a desmobilização do empreendimento (em 2014). Realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral de Pernambuco (Sintepav-PE), o movimento vai acontecer no Centro do Cabo de Santo Agostinho, com concentração às 7h30 em frente à estação de trem do município. Participam do ato o ministro do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, o presidente da UGT-Nacional, Ricardo Patah, o presidente da UGT-PE Gustavo Walfrido e representantes dos sindicatos de Alagoas e da Paraíba.

A passeata sairá do Centro do Cabo em direção à PE-60. A organização do protesto faz uma estimativa alta, esperando que 10 mil trabalhadores compareçam ao ato. Depois da passeata, uma comitiva formada por líderes sindicais e trabalhadores seguirá para uma audiência com o governador Paulo Câmara. O grupo vai apresentar uma pauta de reivindicações, além de um balanço do impacto das demissões na economia local e na saúde física e mental dos trabalhadores. O Sintepav adianta que já foram registrados casos de suicídio, depressão e alcoolismo entre os desmobilizados da Rnest. A região também sofre com o crescimento da violência e de roubos e furtos.

Num termo de compromisso assinado no início deste ano entre a Petrobras e a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) ficaram estabelecidos os prazos de março e outubro de 2017, respectivamente, para a conclusão das obras de uma central de resíduos e da unidade de abatimento de emissões de enxofre (Snox). Se não respeitar os prazos, a petrolífera vai pagar uma multa de R$ 8 milhões e não terá a licença de operação renovada pelo órgão ambiental. Pelas contas do Sintepav-PE, a volta das obras significa a geração de até 8 mil empregos diretos e indiretos.

Em janeiro desde ano, uma multidão de trabalhadores compareceu ao Centro do Cabo para entregar currículos, acreditando que o canteiro de obras seria remobilizado, mas se tratava apenas de um cadastro do Sintepav-PE para criar um banco de dados.

Pelos prazos definidos entre Petrobras e governo do Estado, as obras da central de resíduos deveriam ter sido iniciadas em março e as da Snox em julho. A própria estatal já havia enviado nota à imprensa informando que a licitação da Snox seria concluída em junho para assinar os contratos em julho, mas nada disso aconteceu.
No dia 22 de julho, a Petrobras decidiu que irá retomar as obras da primeira etapa da Rnest e do Comperj, no Rio. A segunda etapa ainda será reavaliada pela companhia.

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