Um dos principais desafios do Complexo Industrial Portuário de Suape é a questão ambiental. Dos seus 13,5 mil hectares de área, 59% são destinados a preservação, mas o território sofre com ocupação ilegal e exploração do meio ambiente. Há quatro meses, o governo de Pernambuco e a Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura firmaram um acordo de cooperação técnica e instituíram o projeto “Pacto por Suape Sustentável”. Numa primeira etapa foram realizados estudos e diagnósticos para apontar as primeiras ações.
O trabalho sugere a adoção de uma governança integrada nas áreas de preservação ambiental em Suape. O modelo sugerido é a criação de um grupo de trabalho, formado por representantes da administração do Complexo, em parceria com a Agência Estadual e Meio Ambiente (CPRH), a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (SEMAS) e apoio técnico da Unesco.
O GT irá associar as soluções ligadas às questões socioambientais do Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti - território de atuação do projeto piloto do Pacto por Suape Sustentável - aos demais contextos socioambientais de Suape, apresentando um modelo que atenderá as necessidades socioambientais da região. “O Parque, assim como as unidades de conservação existentes no território de Suape, possui locais de adensamento do bioma da Mata Atlântica e precisa interagir em um plano de gestão integrada com as demais áreas de preservação”, explica Milena Rêgo, consultora da Unesco que trabalha para o Pacto.
A expectativa é que o modelo de governança integrada permita uma visão mais ampla dos problemas e soluções de sustentabilidade não só ambiental, mas também social para o Complexo de Suape. “Os problemas de gestão das unidades de conservação e demais zonas de proteção (ambiental e cultural) não são uma realidade apenas de Pernambuco, mas de todo o Brasil. Temos a oportunidade de poder fazer em Suape um laboratório diferenciado para a solução e práticas inovadoras de sustentabilidade e, o modelo que será desenhado aqui, poderá servir para a Secretaria de Meio Ambiente e CPRH como referência na solução da gestão de outras unidades de conservação do Estado”, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente do Complexo de Suape, Thiago Norões.
CONCLUSÃO
O Grupo de Trabalho iniciou suas reuniões semanais em agosto e terá duração de dois meses. O produto final será apresentado até outubro aos demais atores e instituições envolvidas no projeto “Pacto por Suape Sustentável”.
Com duração de dois anos, o acordo firmado entre Governo do Estado e Unesco prevê ações como a capacitação de equipes técnicas governamentais, empoderamento das comunidades locais e elaboração de planos para meio ambiente, cultura, educação e desenvolvimento social. Um escritório da Organização foi instalado no Centro Administrativo de Suape, onde atuam as consultoras. As metas do projeto estão baseadas em levantamentos realizados pelo Governo do Estado entre 2011 a 2014, que identificou os problemas locais.