As vendas de Natal este ano sofreram uma queda de 4,8% em comparação a 2015, segundo levantamento da Boa Vista SCPC. Se o resultado encerra um ano dramático para o comércio, para os consumidores a formação de estoque pode significar boas oportunidades de compras nas liquidações que seguem as festas. Na tentativa de incentivar as pessoas a colocar a mão no bolso, lojas e centros de compras também estão ansiosos e antecipam cada vez mais o período de liquidações.
No caso do RioMar Shopping, as promoções começam já no primeiro do dia útil do ano, 2 de janeiro. A ideia é concentrar em um único dia mega descontos de até 70% do valor dos produtos em todas as lojas do mall, que não descarta que a ação seja prorrogada por iniciativa de cada lojista.
Essa decisão individual, na opinião do presidente da Associação de Lojistas de Shopping de Pernambuco (Aloshop), Ricardo Galdino, deve ser cada vez mais antecipada no calendário em todo o País. “Algumas lojas já estão colocando seu estoque para fora esta semana, aproveitando o período de trocas para conseguir fazer uma venda agregada. A intenção é tentar ao máximo se recuperar desse período ruim”, afirma Galdino.
Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife), Eduardo Catão, acredita que, diante dos orçamentos mais curtos, muitos consumidores deixaram de comprar antes do Natal já pensando na temporada de promoções. “Sabendo que vão encontrar preços mais baratos, muitas pessoas deixaram passar as festas para aproveitar. Todo ano há uma sobra das vendas do Natal, mas o ano que vem promete ser de muitas promoções, já que não está se mostrando melhor para o comércio que 2016”, analisa.
Os dados da Boa Vista SCPC indicam que a opção do brasileiro de poupar nas compras de Natal representaram uma redução de R$ 2,1 bilhões movimentados no comércio entre os dias 18 e 24 de dezembro na comparação com o mesmo período de 2015.
Segundo a Aloshop nacional, a retração das vendas no setor foi de 3% em relação ao ano passado. Na análise por segmentos de produtos, as maiores quedas na comparação anual foram registradas por móveis e artigos do lar (- 9%), tecnologia e comunicação (- 6,5%) e eletrodomésticos (- 4,5%). Tiveram desempenho positivo os segmentos de perfumaria e cosméticos (7,3%), joias e relógios (3,5%) e calçados (3%).