A energia eólica gerada no Brasil acaba de alcançar a marca de 11 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Essa produção está distribuída em 443 parques que possuem mais de 5.700 aerogeradores. Para se ter uma ideia do que isso significa, a usina de Belo Monte, no Norte do País, tem a capacidade de gerar pouco mais de 11 GW. Belo Monte é uma das maiores hidrelétricas do País e sozinha pode gerar mais do que todo o parque hidrelétrico da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) que tem uma capacidade instalada de 10 GW.
No ano passado, a energia eólica abasteceu mensalmente, em média, 17 milhões de residências, o que significa uma população de cerca de 52 milhões de pessoas, equivalente a população de todo o Norte e Sul do País. Em 2016, a geração de energia eólica foi de 33,15 Terawatts-hora (TWh), quantidade 55% maior que a produzida em 2015. A grosso modo, isso é quase o consumo do Estado de S.Paulo (que é de 38,2 TWh), onde moram 44 milhões de pessoas, além de ser o maior polo industrial do Brasil.
Ainda em 2016, a indústria eólica foi responsável pela geração de mais de 30 mil postos de trabalho e o investimento no período foi de US$ 5,4 bilhões. Esses são apenas alguns dados que mostram a vitalidade de um setor que tem se mostrado cada vez mais importante para o País, ampliando a participação das energias renováveis na matriz elétrica brasileira.
As eólicas também tiveram um papel muito importante no atual cenário energético brasileiro devido a estiagem que atingiu os reservatórios das principais hidrelétricas do Sudeste-Centro-Oeste, o que resultou em menos água nos reservatórios das hidrelétricas dessas regiões. Maior reservatório do Nordeste, o Lago de Sobradinho, na Bahia, está correndo o risco de chegar ao seu volume morto em outubro devido à falta de chuvas nas áreas que abastecem o São Francisco, localizadas em Minas Gerais e no Sul da Bahia.