Paço Alfândega planeja aceitar bitcoins até o final do ano

Centro de compras tem dois caixas eletrônicos nos quais podem ser trocados reais por um cartão com um código da moeda digital
Da editoria de economia
Publicado em 17/06/2017 às 8:01
Centro de compras tem dois caixas eletrônicos nos quais podem ser trocados reais por um cartão com um código da moeda digital Foto: Foto: Acervo JC Imagem


Nesses tempos em que um dos principais serviços de transporte de passageiros é uma empresa que não possui carros – a Uber –, está sendo um pouco mais aceita uma moeda que não pertence a qualquer país nem instituição financeira e também não existe em papel: o bitcoin, apontado por especialistas como a moeda do futuro. O Shopping Paço Alfândega já tem dois caixas eletrônicos que fazem transações com a moeda digital e está analisando a possibilidade de passar a aceitá-la nos estabelecimentos. “Estamos avaliando o melhor prazo para não gerar nenhum tipo de problema especialmente contábeis, mas devemos ter em pleno funcionamento até o final do ano”, diz o superintendente do centro de compras, Hélio Azevedo.

Por que o shopping decidiu aceitar os bitcoins ? “Devido ao sucesso do caixa eletrônico instalado no Paço vimos a quantidade de consumidores, especialmente a comunidade tecnológica e Porto Digital, que utilizam os bitcoins como meio de pagamento. O nosso novo posicionamento é prototipar o shopping do futuro. E identificamos que uma das formas seria estar associado ao método mais inovador de pagamento”, argumenta Hélio.

Ele também diz que a aceitação das bitcoins pode facilitar as relações com os estrangeiros que frequentam o Bairro do Recife e o Porto Digital. “Afinal, os bitcoins são extremamente vantajosos para quem faz viagens internacionais pela eficiência tributária e monetária (câmbio)”, conta.

 

No shopping existem dois caixas eletrônicos que recebem notas em reais, trocando as mesmas por um cartão com um código, transformado em bitcoins. “Esse código que vem no cartão é baixado na internet, sendo colocado numa carteira de bitcoins”, conta a coordenadora de Marketing do Paço Alfândega, Maria Sitônio.

O consultor de tecnologia Eiran Simis usa um cartão de crédito cujo saldo é em bitcoins. “Essa moeda deixou de ser viável para pequenas transações porque subiu muito o seu valor. Isso fez a taxa de transação por operação ficar em média por R$ 8, que é alto”, conta. A taxa de transação da bitcoin é similar ao TED cobrado nas operações bancárias, que varia de R$ 15,50 a R$ 18,70 nos cinco maiores bancos do País, segundo o site contaembanco.com.br. “A bitcoins também é mais cara no Brasil do que nos outros países, porque vem de fora”, destaca Eiran.

TENDÊNCIA

“A tendência é a moeda ter um upgrade, o que pode diminuir o valor dessa taxa de transação, voltando a ser viável para transações de valores mais baixos”, revela Eiran, acrescentando que hoje a Bitcoins é mais usada para remessas internacionais e também proteger o patrimônio das incertezas políticas e da inflação.

Todas as demais moedas do mundo são emitidas por governos de países, sofrendo a influência da política na emissão dos papéis.
O analista de investimentos da Multiplus, Tiago Cardoso, argumenta que a principal vantagem da bitcoin é não se desvalorizar.
A moeda é limitada a 21 milhões de unidades e até ontem devem ter sido emitidas 17 milhões de unidades. A cada 10 minutos, novos bitcoins são emitidos. Ontem, um bitcoin estava valendo cerca de R$ 9 mil.

“O jeito mais simples de adquirir é uma corretora especializada em bitcoin, se cadastrar na corretora, apresentar documentação, abrindo uma conta”, revela Tiago. Ele explica também que as transações podem ser concluídas entre 15 e 30 minutos.

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