Possibilitar o monitoramento através do som. Este é o serviço oferecido pela empresa pernambucana Áudio Alerta, que desenvolveu tecnologia pioneira no Brasil com sensores capazes de identificar barulhos de disparo de arma de fogo, batida de carro, tentativas de arrombamento, quebra de vidro, entre outros. A empresa é uma das participantes da 5ª turma do programa Start-Up Brasil, formada por 45 empresas brasileiras e uma da Suíça que vão receber R$ 9,7 milhões de investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), apoio de 13 aceleradoras e gestão da Softex.
Cada participante recebe até R$ 200 mil em bolsas de pesquisa CNPq, além de incentivo econômico e financeiro das aceleradoras, que inclui no mínimo 10% do investido pelo governo federal, em troca de capital acionário de até 9%, e estrutura, programa de mentoria, assessoria, entre outros serviços. O acompanhamento dura até dois anos.
O objetivo é ajudar no amadurecimento das empresas para que estejam prontas para receber grandes investimentos. “Quando o programa começou há cinco anos, as pessoas não sabiam o que era startup ou aceleradoras. Nos cinco anos, muito do amadurecimento do ambiente de inovação é fruto do programa. É uma parceria público-privada, o governo entra com dinheiro e com o olho do privado, que investe junto com a gente”, explica o diretor do MCTIC, Otavio Caixeta.
As startups selecionadas são das áreas de saúde, tecnologia da informação, telecom, educação, finanças, varejo, agronegócios, segurança, saúde, beleza, entre outras. De Pernambuco, a Jump Brasil entra com um time composto pelas startups Áudio Alerta, bHave e Salvus, do Estado, e a Actions Security, da Paraíba. É a primeira vez que a aceleradora participa do Start-Up Brasil.
“É uma nova geração de empresas e empreendedores que vão atingir economia de escala e mudar o ambiente em que vivem para melhor”, afirma o gerente de empreendedorismo do Porto Digital, André Araújo.
A expectativa em relação ao programa é de alavancar o negócio. O diretor de Produtos da Áudio Alerta, Ivo Frazão, espera construir uma estrátegia de mercado e apresentar a sua empresa ao maior número possível de clientes e parceiros. “A nossa equipe veio de uma empresa de produção de software para ensino musical. Trabalhando com padrões musicais, vimos o problema real da segurança e desenvolvemos os sensores. Mas podemos personalizar a tecnologia de acordo com a necessidade do cliente”, explica. Hoje, a startup trabalha com projetos em parceria com a Secretaria de Defesa Social do Estado, o Porto Digital e bancos. A empresa enviou projeto solicitando R$ 198 mil em bolsas do CNPq.
Outro representante de Pernambuco é a bHave, empresa que possui plataforma para conectar profissionais no tratamento do autismo e pais de pessoas com o espectro. Além disso, possibilita a digitalização de dados de cada sessão, otimizando processos na terapia ABA. “A ideia surgiu a partir do acompanhamento do trabalho da minha esposa, que é terapeuta comportamental. Percebi que era necessário organizar o processo. A parte burocrática consome até 25% do atendimento”, explica o diretor executivo, Cauê Nascimento.
Na última sexta-feira (11), ocorreu o Welcome a board, cerimônia de inauguração da turma do Start-Up Brasil, no Apolo 235, no Centro do Recife. O evento reuniu pessoas de todo o País que foram apresentar suas ideias. Felipe Oliveira, um dos diretores da Nex Solar, é do Mato Grosso do Sul. Sua empresa oferece soluções para universalizar a energia solar fotovoltáica. Ele possui 1,5 mil clientes residenciais, industriais e do setor públicos em todo o País, inclusive em Pernambuco. “Trabalhamos com vários tipos de clientes. Atuamos, por exemplo, em um projeto de moradias populares em que instalamos placas fotovoltaicas. Nessas casas, o morador só paga a tarifa mínima de energia”, explica Felipe.
“O governo federal está muito atento às mudanças, a crescente digitalização da economia. Estamos ajudando, agora, o BNDES a montar uma aceleradora. O apoio às startups, no Brail inteiro, é muito importante para que a economia brasileira cresça”, afirma o secretário de Políticas Digitais do MCTIC, Thiago Camargo Lopes.