Preço da banana despenca e palma da fruta é vendida a R$ 1 no Recife

Supersafra da banana foi causada por chuvas fora de época na Zona da Mata e derrubou preço da fruta
Bianca Bion
Publicado em 16/11/2018 às 8:00
Foto: Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem


Uma supersafra de banana fez o preço da fruta despencar no Recife. Em alguns mercados, a palma pode ser encontrada por até R$ 1. E a expectativa é de que até dezembro os preços das bananas prata e pacovan permaneçam baixos. Na Central de Abastecimento e Logística (Ceasa-PE), foi registrado aumento de 20% a 30% na comercialização da fruta. Por mês, a venda era de 3,5 mil toneladas da banana. Desde julho, subiu para 4,2 mil toneladas mensais. O quilo chega a ser vendido por R$ 0,45. Cem bananas saem por R$ 7.

De acordo com o presidente da Associação de Permissionários da Ceasa (Assucere) e da Câmara Temática de Banana de Pernambuco, Josenildo Rufino da Silva, a superssafra se deve às chuvas fora de época que ocorreram desde julho na Zona da Mata do Estado. Josenildo possui uma plantação em Vicência e produz, em média, dez toneladas por dia.

“Minha família inteira, junta, produz duas mil toneladas de banana por semana. No comércio, a palma da prata está em torno de R$ 1, a da pacovan sai por R$ 2. Até o fim de dezembro, quando termina o período de safra em Pernambuco, o cliente vai encontrar o preço mais em conta. Hoje, com a nossa superprodução, estamos enviando a fruta para Alagoas, Rio Grande do Norte e Maranhão, que estão na entressafra”, explica.

Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Na Rua Sete de Setembro, na Boa Vista, Centro do Recife, o vendedor José Carlos Ferreira, traz duas mil bananas dos tipos prata, pacovan e comprida para vender em sua banca todos os dias. A palma da pacovan e prata saem por R$ 1. “A safra foi muito boa este ano. Com o preço baixo, o pessoal compra mais”, comenta.

A química Bruna Silva, 32 anos, compra banana toda semana e percebeu a diferença no preço. “O preço costuma oscilar bastante. Às vezes, está em R$ 5, agora está por R$ 1. Dá para usar a banana de várias formas, em bolos, vitaminas, está sempre na minha rotina”, explica.

Evento

Nesta sexta-feira (16), 40 municípios de Pernambuco produzem a fruta, mas somente 23 em larga escala, localizados, principalmente, na Zona da Mata e no Sertão do Estado, em áreas com plantação irrigada. Os produtores desses municípios, integrantes do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), e a Secretaria da Agricultura do Estado estarão reunidos no próximo dia 28, no auditório da Ceasa, para discutir políticas de combate ao mal da sigatoka e a implantação do sistema de embalagem, para vender bananas em caixas.

“Vamos discutir a formação de uma barreira fitossanitária para impedir a entrada do mal da sigatoka negra. Já temos a amarela, que atingiu bastante a nossa plantação. É o câncer da bananeira, adoece a planta de uma forma que deixa de produzir”, explica Josenildo Rufino da Silva.

Ele afirma que a mudança no empacotamento é importante para a conservação da fruta. Além disso, pode ser um primeiro passo na direção da exportação. Há dois meses, os produtores iniciaram contato com argentinos e chineses para discutir a viabilidade da exportação. “Já recebemos propostas da Suécia, de Portugal, Argetina. É mais complicado o padrão de exportação. Primeiro, vamos ter que implantar o sistema de caixas e melhorar a apresentação do produto. Tudo está sendo discutido com apoio da AD Diper, estamos avaliando todas as possibilidades”, comentou.

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