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Fifa admite problemas nas condições de trabalho nas obras da Copa do Catar-2022

Segundo os números do jornal, entre junho e agosto de 2013, 44 operários nepaleses morreram nas obras no emirado

Da AFP
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Publicado em 25/02/2015 às 9:56
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Segundo os números do jornal, entre junho e agosto de 2013, 44 operários nepaleses morreram nas obras no emirado - FOTO: Foto: AFP
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O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitiu nesta quarta-feira em Doha que existem problemas nas condições de trabalho das obras da Copa do Mundo do Catar-2022, mas ao mesmo tempo se mostrou "feliz" pelas melhorias introduzidas.

"Está claro que há problemas e questões a resolver sobre as obras no Catar", disse o número 2 da Fifa.

Valcke, no entanto, afirmou que o emirado começou a alcançar o nível das normas internacionais e isto "é um grande avanço".

Ele afirmou ter visitado na terça-feira vários estádios da futura Copa do Mundo e citou em particular as inspeções nos alojamentos dos operários. Valcke se mostrou "contente em geral" com o que viu. 

Segundo o dirigente, as mudanças que o Catar está fazendo são motivadas pelo "poder da Copa do Mundo".

Em setembro de 2013, o jornal britânico The Guardian publicou uma reportagem sobre as obras no Catar e mencionou a "exploração" e o abuso das condições de trabalho, comparadas a uma "forma de escravidão moderna".

Segundo os números do jornal, entre junho e agosto de 2013, 44 operários nepaleses morreram nas obras no emirado. A este ritmo, pelo menos 4.000 trabalhadores poderiam morrer até a Copa do Mundo de Mundo de 2022, denunciou a Confederação Internacional de Sindicatos (ITUC).

Em janeiro de 2014, a Fifa exigiu do Catar a adoção de medidas concretas. Em resposta, em maio, o emirado prometeu abolir a 'kafala' - o sistema local que transforma os trabalhadores praticamente em propriedade dos empresários - e substituir por um "sistema de contratos de trabalho".

No início de fevereiro, o Catar anunciou que introduziria um sistema de pagamento de salários para que os trabalhadores recebessem uma vez ao mês. A medida era exigida por organizações de defesa dos direitos humanos como Anistia Internacional ou Human Rights Watch.

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