Fifa se diz vítima de operação que prendeu José Maria Marin e seis de seus executivos

Entidade classificou o ocorrido como bom para limpar a sua imagem
Luana Ponsoni
Publicado em 27/05/2015 às 10:47
Entidade classificou o ocorrido como bom para limpar a sua imagem Foto: AFP


Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (27), em sua sede, a Fifa afirmou que se considera vítima da investigação que prendeu o ex-presidente da CBF José Maria Marin e seis de seus executivos em um hotel, em Zurique, na Suíça. A Federação Internacional de Futebol se mostrou convencida de que a data entrará para a história como “um bom dia” para a entidade.

“Isto é bom para a Fifa, para sua reputação e a para a limpeza. Não é um dia bonito, mas também é um bom dia, as coisas avançam, queremos respostas”, disse o diretor de comunicação da entidade, Walter De Gregorio.

Ele insistiu em destacar que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, não está envolvido no caso. Também disse que a eleição para a presidência da Fifa acontecerá na sexta-feira, como estava previsto. "Blatter está concentrado no congresso e está relativamente tranquilo", contou De Gregorio.

O diretor de comunicação da Fifa também ressaltou que as Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e 2022, no Catar, não estão ameaçadas, respondendo com um "não" bem taxativo a pergunta dos jornalistas sobre o assunto."O que esperam que digamos? Os Mundiais serão disputados na Rússia e no Catar", afimrou, antes de recordar que Joseph Blatter confirmou em várias oportunidades que este é um assunto encerrado.

O caso explodiu há dois dias da eleição para a presidência da Fifa, na qual o suíço Joseph Blatter, que comanda a entidade desde 1998, buscará o quinto mandato. Ele é alvo de críticas pela fortuna acumulada pela Fifa, que registrou um volume de negócios de quase dois bilhões de euros em 2014, ano da Copa do Mundo do Brasil.

O príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, rival de Blatter na eleição de sexta-feira, afirmou que as detenções representam um dia triste para o futebol. "Emergem detalhes, não seria apropriado fazer comentários no momento", afirmou em um breve comunicado o jordaniano, que baseou sua campanha na tentativa de restaurar a integridade da Fifa, da qual é um dos vice-presidentes.

 Segundo as autoridades suíças, os sete dirigentes, cinco latino-americanos e dois britânicos, originários das Ilhas Cayman, são suspeitos de terem recebido subornos de vários milhões de dólares a partir dos anos 1990.

Além de Marin, ex-presidente da CBF e que é integrante do comitê de organização da Fifa para os Jogos Olímpicos, os demais detidos são: Jeffrey Webb (Grã-Bretanha), vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, Eduardo Li (Costa Rica), membro dos comitês executivos da Fifa e da Concacaf, Julio Rocha (Nicarágua), diretor de desenvolvimento na Fifa, Costas Takkas (Grã-Bretanha), adjunto do gabinete do presidente da Concacaf, Eugenio Figueredo (Uruguai), atual vice-presidente da Fifa, e Rafael Esquivel (Venezuela), membro executivo da Conmebol.

As acusações também envolvem Alejandro Burzaco, da empresa 'Torneos y Competencias', e Aaron Davidson, presidente da empresa Traffic Sports USA, assim como Hugo e Mariano Jinkis, diretores do Full Play Group.

 A sede da Concacaf (Confederação de Futebol para América do Norte, Central e Caribe), que fica em Miami, foi revistada como parte do mesmo processo, segundo o Departamento de Justiça.

A investigação se estende pelo menos ao longo de duas gerações de dirigentes de futebol, suspeitos de abuso de suas posições para obter milhões de dólares em subornos e comissões", afirma um comunicado da secretária de Justiça, Loretta Lynch.

Ao mesmo tempo, a Promotoria da Suíça apreendeu documentos eletrônicos na sede da Fifa, em uma investigação penal por suspeitas de "lavagem de dinheiro e gestão desleal" relacionadas à escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. "Os enriquecimentos ilegítimos teriam acontecido ao menos em parte na Suíça", afirma o ministério da Justiça. 

 

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