O senador Romário Faria (PSB) comentou, na manhã desta quarta-feira (27), a prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin junto com seis executivos da Fifa, ocorrida em Zurique, durante operação da polícia norte-americana. O ex-jogador tetracampeão mundial não poupou críticas ao cartola, à CBF e à própria Fifa. As duas entidades foram classificadas pelo político como as mais corruptas do futebol.
“Muitos dos corruptos e ladrões que fazem mal ao futebol foram presos. Inclusive um dos maiores do País, no que se refere ao esporte, que se chama José Maria Marin. E talvez o motivo de algumas pessoas que representam a CBF não estarem aqui foi para não passarem essa vergonha”, declarou Romário.
Para o senador, é uma pena que as prisões não tenham ocorrido no Brasil. “Infelizmente, não foi a nossa polícia que prendeu. Ladrão tem que ir para a cadeia. Parabenizo o FBI e especialmente a polícia suíça pela atitude. Espero que isso repercuta positivamente e que isso passe a ser aplicado na América do Sul e no Brasil, para a gente limpar do nosso futebol esses corruptos. Principalmente o Marco Polo Del Nero, que é o atual presidente da CBF”.
Romário Faria on Quarta, 27 de maio de 2015
As declarações foram feitas durante audiência pública realizada na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, presidida por Romário. O senador relacionou ainda a falta de recursos para o futebol feminino com a corrupção. “A CBF não investe no futebol feminino porque não dá lucro, não dá dinheiro. E onde não dá dinheiro, eles não podem roubar, não pode enriquecer ilicitamente, então, infelizmente eles não apoiam como tem que fazer”, observou.
Apesar da atuação situação do futebol, Romário se diz otimista. “Graças a Deus, o que se faz aqui se paga aqui também. Essa prisão de Marin já é o início de um grande futuro pro nosso futebol, especialmente pra essa entidade, que é a mais corrupta que nós temos no futebol aqui no país, CBF, e a mundial, que é a FIFA”.
A operação que prendeu Marin e outros seis dirigentes da FIFA ocorreu às vésperas da eleição da FIFA, para a qual o presidente da entidade, Joseph Blatter, se prepara para o seu quinto mandato. “Acredito que, com isso, alguma coisa se modifique, porque existe a expectativa, pelo menos minha, do Blatter também ser preso. E a gente consiga colocar como dirigentes pessoas que são dignas e que querem ver no comando do futebol pessoas que realmente caminhem como tem de caminhar”.
Segundo informação das autoridades suíças, Marin e outros seis presos na operação foram detidos e devem ser extraditados para os Estados Unidos. A procuradoria de Nova York faz a investigação. Os alvos são principalmente dirigentes da América do Sul e Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Carine (CONCACAF).