Segundo a revista "World Soccer", autoridades brasileiras descobriram nesta segunda-feira (15) evidências que ligariam o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira a pagamentos feitos por empresas do Qatar que se beneficiariam da escolha do país como sede da Copa do Mundo de 2022.
Um indiciamento contra o ex-dirigente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) revelou que Teixeira tinha uma conta bancária secreta em Monaco com 30 milhões de euros (pouco mais de R$ 105 milhões, no câmbio atual), diz a revista.
Teixeira, que votou a favor do Qatar na escolha da sede do Mundial de 2022, negou que sua decisão tenha sido influenciada, afirma a "World Soccer". Segundo ele, a conta foi aberta dois anos após a eleição, e que continha somente fundos advindos do Brasil.
O nome do ex-dirigente também é citado na investigação da polícia suíça que apura denúncias de corrupção no processo de escolha sedes dos Mundiais de 2018, na Rússia, e 2022, no Qatar.
As autoridades suíças investigam um amistoso entre Brasil e Argentina -em 17 de junho de 2010 em Doha, no Qatar- que teria servido como uma forma de repasse US$ 2 milhões para a AFA (Associação Argentina de Futebol).
A partida foi realizada duas semanas antes de o país árabe ser eleito como sede da Copa. Assim como Teixeira, o então presidente da AFA Julio Grondona admitiu ter votado a favor do Qatar.
No fim de 2014, o comitê de ética da Fifa citou nominalmente o amistoso em um relatório sobre as denúncias de corrupção na escolha das sedes.
O documento diz que a partida serviu para o repasse de dinheiro para a AFA, mas absolve a candidatura Qatar-2022 de ter usado essa transação para comprar voto -a investigação apontou que o pagamento foi feito por um "conglomerado financeiro do Qatar", e não pelos responsáveis diretos pelo Mundial.