Horas após ser afastado de qualquer atividade ligada ao futebol por 90 dias pelo Comitê de Ética da Fifa, Joseph Blatter se pronunciou através dos seus advogados. Nesta quinta-feira (8), Richard Cullen afirmou que o comitê não seguiu o procedimento adequado para punir o presidente da Fifa.
De acordo com o advogado, o Comitê de Ética da Fifa deveria ter dado a chance de Blatter se defender antes de anunciar a sua suspensão. "Blatter se decepcionou pelo comitê de ética não ter cumprido o código de ética e o código disciplinar que o permitem ser ouvido", afirmou.
Cullern acrescentou que o Comitê de Ética da Fifa baseou a sua decisão em um "mal-entendido", ressaltando que o procurador-geral da Suíça não acusou formalmente Blatter de ter cometido qualquer delito.
O Ministério Público da Suíça abriu um processo criminal contra o presidente da Fifa, Joseph Blatter, por suspeita de má gestão e por ter agido contra os interesses da entidade, em 25 de setembro. A investigação também envolve o pagamento de 2 milhões de francos suíços pela Fifa a Michel Platini, presidente da Uefa, que nesta quinta também foi afastado por 90 dias pelo comitê de ética.
Blatter descartou anteriormente deixar a presidência da Fifa antes de fevereiro, quando serão realizadas eleições. Agora, porém, o seu cargo passa a ser exercido pelo camaronês Issa Hayatou, até então o seu vice mais antigo.
VALCKE - Além de Blatter e Platini, a Fifa também comunicou nesta quinta o afastamento do secretário-geral Jérôme Valcke por 90 dias. O francês foi suspenso por suposta participação em um esquema de venda de ingressos da Copa do Mundo de 2014.
Um comunicado do advogado de Valcke, Barry Berke, afirma que o francês foi alvo de "acusações falsas". "Valcke confia que quando a luz vier aos fatos, estará claro que ele não fez nada errado ou impróprio ao exercer as suas funções em prol da Fifa e do esporte".