Blatter insinua que influência de Sarkozy pesou para Catar ter a Copa de 2022

O ex-presidente da França teria influenciado Michel Platini, presidente da Uefa que também cumpre a mesma suspensão de 90 dias aplicada a Blatter, a votar no Catar
Do JC Online
Publicado em 30/10/2015 às 10:35
O ex-presidente da França teria influenciado Michel Platini, presidente da Uefa que também cumpre a mesma suspensão de 90 dias aplicada a Blatter, a votar no Catar Foto: Foto: divulgação


Afastado pelo Comitê de Ética da Fifa da presidência da entidade que controla o futebol mundial, Joseph Blatter insinuou nesta sexta-feira, em entrevista ao jornal Financial Times, que foi uma ação do ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, que teria dado a Copa de 2022 ao Catar, num acordo inclusive comercial. 

"Houve um acordo de cavalheiros", disse Blatter, afirmando que o entendimento era de que a Copa de 2018 ficaria com a Rússia e a de 2022 com os Estados Unidos. "As duas superpotências teriam o evento. Foi nos bastidores. Houve um acordo diplomático", contou.

Blatter insiste que, se isso tivesse vingado, ele estaria de "férias numa praia hoje". Mas, segundo o suíço, houve uma interferência de último minuto por parte de Sarkozy. O francês teria influenciado Michel Platini, presidente da Uefa que também cumpre a mesma suspensão de 90 dias aplicada a Blatter, a votar no Catar. 

"Uma semana antes das eleições, eu recebi um telefonema de Platini e ele disse: 'Não estou mais com vocês porque foi dito por um chefe de Estado que devemos considerar a situação na França'", afirmou o dirigente suíço.

Segundo Blatter, Platini levou consigo mais três votos, que estavam orquestrados para irem para os EUA. A votação acabou com 14 apoios ao Catar e apenas oito para a candidatura norte-americana, que havia levado para Zurique, onde fica a sede da Fifa, até mesmo Bill Clinton, ex-presidente do país. 

Um mês depois da eleição que deu aos árabes o Mundial de 2022, segundo Blatter, o Catar anunciou que estava interessado na compra de aviões de caça da França, o Raffale, da Dassault. Em 2015, o país comprou os 24 jatos por US$ 7 bilhões.

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