O secretário-geral da Uefa, o suíço Gianni Infantino, afirmou que vai retirar a sua candidatura à presidência da Fifa caso o presidente afastado da entidade que administra o futebol europeu, o francês Michel Platini, seja liberado para concorrer ao cargo.
Platini está suspenso das atividades do futebol por 90 dias, prorrogáveis por mais 45, em razão da abertura de uma investigação criminal contra Joseph Blatter por parte do Ministério Público da Suíça por supostas irregularidades num contrato de direitos de transmissão na América Central e em um pagamento de 2 milhões de francos (R$ 8,3 milhões) ao francês.
De acordo com a Fifa, a candidatura de Platini não será validada pelo comitê eleitoral enquanto a suspensão -a princípio no início de janeiro- estiver ativa.
"Platini é o meu presidente e trabalho com ele há nove anos. É claro que tenho o seu apoio. Caso contrário, eu não seria candidato. Mas vamos esclarecer uma coisa: minha candidatura não é contra Michel [Platini]. Se ele puder concorrer [à presidência], eu vou me retirar", disse Infantino em entrevista para o jornal italiano "La Gazzetta dello Sport".
"É por um simples princípio de lealdade. Mas hoje sou candidato 100% e vou em frente. Não só pela Europa, mas pelo futebol mundial", afirmou.
Além de Infantino e Platini, concorrem ao cargo de presidente da Fifa o francês Jérôme Champagne, ex-secretário-geral adjunto da Fifa, o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, Musa Bility, presidente da Federação Liberiana de Futebol, o xeque Salman bin Ebrahim, o sul-africano Tokyo Sexwale, que já dividiu a cela com Nelson Mandela durante a luta contra o Apartheid, e o xeque Salman bin Ebrahim Al Khalifa, presidente da Confederação de Futebol da Ásia.
A eleição do sucessor de Blatter está programada para 26 de fevereiro. O suíço decidiu renunciar à presidência da entidade no início de junho -quatro dias após ser eleito para um novo mandato. Ele anunciou sua saída em meio ao maior escândalo de corrupção da história do futebol mundial, que resultou na prisão de sete dirigentes da Fifa entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.